Mais de três décadas após a exibição original de Renascer (1993), Bruno Luperi assumiu a responsabilidade de adaptar o remake da novela. Neto de Benedito Ruy Barbosa, o autor trouxe atualizações ao roteiro dos anos 1990 e relatou alguns detalhes sobre o que ele acredita que são os limites dentro das adaptações.
“Eu acho que não tem muito limite, na verdade, são várias maneiras de fazer uma adaptação. Eu tento olhar para aquela história que aconteceu 30 anos atrás, ver o resultado que ela teve e qual espaço afetivo ela ocupa na vida das pessoas”, afirmou o autor para a CNN Brasil.
Em 2022, Bruno Luperi também adaptou Pantanal, originalmente transmitida em 1990. Diferentemente de Renascer, o remake se manteve o mais fiel possível ao clássico da TV Manchete. “O Pantanal vive um pouco sobre este mesmo espírito feudal que vivia há 30 anos. A sua terra está aqui, dali a 50 porteiras tem a do seu vizinho, mas vocês não se cruzam nunca porque não tem uma estrada que liga. A dinâmica se preservou muito”, contou.
Com Renascer, o contexto se transformou significativamente ao longo dos anos. Se antes a vassoura de bruxa era a grande ameaça aos produtores, hoje existem novas formas de lidar com a praga, que já não representa o mesmo perigo às plantações. “O [Antonio] Fagundes vai para um José Inocêncio mítico, um Deus, uma figura que troveja suas ordens. Enquanto o [Marcos] Palmeira vai para um cara que tende a ser humano perante o contexto para conseguir existir”, disse Bruno Luperi.
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A liberdade no roteiro de Renascer foi maior por ser uma obra “meio aberta”, segundo Bruno Luperi. Com cerca de 100 capítulos entregues antes da estreia, os primeiros quatro meses da trama se inspiraram bastante no roteiro original. No entanto, a partir da repercussão, o autor ajustou o que funcionou ou não, explorando novos caminhos nos capítulos escritos enquanto a novela já estava no ar.
