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RIO-PARIS: A TRAGÉDIA DO VOO 447

Globo contrata empresa para usar técnica alvo de denúncia em documentário

Foto de testemunha no documentário Rio-Paris - A Tragédia do voo 447, da Globo
Testemunha no documentário Rio-Paris - A Tragédia do voo 447 produzido pela Globo (Foto: Divulgação/Globoplay)

A Globo recebeu inúmeras críticas depois de usar inteligência artificial para dublar entrevistados na série documental Rio-Paris – A Tragédia do Voo 447, do Globoplay, lançada em maio. A líder de audiência contratou a empresa Elevenlabs para aplicar IA nas vozes dos próprios participantes da produção a fim de dublar suas vozes. O problema é que a classe de profissionais da dublagem discordou da prática e ainda acusou a empresa de fazer mistério sobre a forma que a tecnologia foi desenvolvida.

De acordo com o Notícias da TV, Fábio Azevedo, presidente da Dublar (associação de dubladores) e cofundador do movimento Dublagem Viva, denunciou a prática, já que os entrevistados podem estar sendo usados como alimentação para a inteligência artificial da Elevenlabs.

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“Para uma IA poder fazer uma voz, ela precisou ser alimentada previamente com mais do que o timbre dos depoentes que aparecem no documentário. Precisou também de outras amostras de brasileiros falantes de português para ela poder construir os fonemas que formam o diálogo”, afirmou.

“Ou seja, pessoas tiveram seus áudios usados de maneira indevida para alimentar a IA com nossa prosódia, melodia e tonalidade, para então a voz dos depoentes ser sobreposta ao português do Brasil”, complementa. “Quem alimentou essa IA? Os direitos conexos dessas pessoas foram garantidos? Elas estão identificadas em algum lugar?”, questionou.

Quando a série Rio-Paris entrou no catálogo do Globoplay, o perfil Dublagem Viva criticou a atitude da Globo de se desfazer do emprego sério de vários profissionais que trabalham com dublagem. “Só nesse único projeto, estima-se que aproximadamente 50 profissionais, direta e indiretamente ligados à dublagem, perderam trabalho. Imaginem só se todas as distribuidoras, serviços de streaming e produtoras decidirem fazer isso a partir de agora?”, diz a nota.

A empresa contratada pela Globo foi fundada em 2022 por Piotr Dąbkowski, ex-engenheiro do Google, e Mateusz Staniszewski, ex-estrategista da Palantir. A marca teve sua avaliação de mercado elevada para mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,25 bilhões na cotação atual) no início de 2024.

O que é o documentário Rio-Paris – A Tragédia do Voo 447?

Rio-Paris – A Tragédia do Voo 447 trata a história do avião da Air France que caiu no mar horas depois de decolar do Rio de Janeiro em direção a Paris, na França. Cerca de 228 pessoas de 32 nacionalidades morreram, sendo 59 brasileiros. Familiares das vítimas e técnicos foram entrevistados na produção do Globoplay.

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