Lauro César Muniz é uma figura emblemática da teledramaturgia brasileira. Conhecido por novelas icônicas como Escalada (1975), O Casarão (1976), Roda de Fogo (1986) e O Salvador da Pátria (1989), ele não escreve desde 2012, quando fez Máscaras na Record.
Em entrevista ao canal Mais Novelas, Lauro César Muniz destacou a ousadia das produções passadas em comparação com as atuais. “A nossa geração ousou, eu fui na onda da nossa geração”, afirmou, ressaltando que as novelas de hoje são boas, mas não tão atrevidas quanto as de antigamente. “As novelas de hoje estão acomodadas e os autores de hoje estão com um pouco de medo de ousar”, opinou.
O novelista comentou que, na década de 1980, não havia tanta concorrência, o que permitia mais liberdade criativa. “Pensa nas novelas que fizemos lá atrás, ousamos bastante”, refletiu. “Não podemos subestimar nunca o público, ele sabe muito. Não é idiota, não é burro. O público é fundamental, sabe criticar. Se identifica com as personagens. A grande jogada da novela é pegar o público e mostrar: ‘olha, essa é a sua vida'”, disse. Ele lembrou de quando inseriu o tema da eutanásia em Os Gigantes, exibida pela Globo entre 1979 e 1980. “É uma coisa que pode deixar o público preocupado e assustado, e eu queria provocar”, admitiu.
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Depois de deixar a Globo em 2005, o autor de Roda de Fogo trabalhou na Record, onde escreveu Cidadão Brasileiro (2006) e Poder Paralelo (2009). Mesmo após o fracasso de Máscaras, ele tentou voltar à Globo, mas sem sucesso. Muniz expressou que, apesar das mudanças no cenário televisivo, a essência de respeitar e cativar o público permanece fundamental.
