Pedro Vasconcelos, ex-diretor da Globo, revelou que renunciou a um salário superior a R$ 120 mil mensais porque não queria “morrer” na emissora. O executivo afirmou que poucas pessoas tomariam essa decisão, mas ele priorizou seu conforto pessoal.
“Eu não conheço ninguém nesse país que iria abrir mão de um salário superior a R$ 120 mil por mês e falar ‘chega’. Meu primeiro salário na Globo como diretor era R$ 7,5 mil mensais e eu fui desse valor para mais de três dígitos no decorrer de 20 anos, você vai crescendo, construindo patrimônio”, disse ele no podcast Jannuzzi & Abuzze.
O ex-diretor comentou que seus colegas não acreditavam que ele deixaria a emissora. “Ninguém acreditava que eu ia sair, porque todos viam meu nível de dedicação e paixão pelo trabalho. Falavam ‘o Pedro vai morrer aqui, não sai de jeito nenhum'”, relatou. “Falei: ‘não vou adoecer aqui’. E chega uma hora que você precisa mudar. Você não pode ficar fazendo sempre a mesma coisa, eu acho que não. Eu não vou conseguir fazer a mesma coisa a vida inteira. Não queria terminar minha história na empresa no cemitério igual outros diretores”, contou.
Diretor de importantes tramas como Alma Gêmea (2005) e A Força do Querer (2017), Pedro Vasconcelos opinou recentemente sobre a atual forma de contratação da Globo. Nos últimos anos, a empresa deixou exclusividade de lado com seus principais atores, optando por trabalhar através do modelo de contrato por obra.
O profissional avaliou que a nova forma de trabalho do canal pode atrapalhar fortemente na afinidade do telespectador com os personagens que são mostrados na tela. “Nesse momento, além da novela, você deve pensar na carreira de quem você vai depositar o fardo. Vi muitos amigos e colegas terem suas carreiras destruídas por assumirem responsabilidades que não estavam à sua altura”, disse o ex-diretor da Globo.
