Aguinaldo Silva abriu o jogo sobre a relação desgastada que tinha com um dos grandes nomes da TV Globo no passado. Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda., o autor entregou que se tornou “inimigo mortal” de Dias Gomes (1922-1999), autor de O Bem Amado (1973), Saramandaia (1975) e Mandala (1987). O falecido escritor escreveu a primeira versão de Roque Santeiro (1975), que foi censurada pela Ditadura Militar (1965-1988), e quis reivindicar sua autoria na versão adaptada em 1985.
Na entrevista, Aguinaldo Silva revelou que ficou responsável por escrever os capítulos da novela, mas foi retirado pela Globo quando faltavam apenas 18 capítulos para serem finalizados. “Quando o Dias voltou da Europa e viu que a novela era um sucesso, ele reivindicou e disse que queria escrever o final, que faltavam 18 capítulos. Como ele exigiu muito isso, acabaram me tirando da novela”, entregou.
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Depois dessa situação, os dois atores acabaram se odiando nos bastidores. “Ficamos inimigos mortais durante anos. Não ficávamos nós dois sozinhos na mesma sala. Foi uma baixaria mesmo. Todo mundo tinha medo de que um dia a gente se engalfinhasse nos corredores da Globo”, compartilhou o autor.
Apesar do climão, Aguinaldo Silva e Dias Gomes voltaram a se falar poucos dias antes da morte do veterano, em 1999, vítima de um acidente de carro. “Nós nos falamos, esquecemos totalmente aquela briga que durou anos e 15 dias depois ele morreu”, relembrou o escritor.
Roque Santeiro foi baseada na peça de teatro O Berço do Herói, escrita por Dias Gomes em 1965. A adaptação televisiva foi escrita, em sua maior parte, por Aguinaldo Silva, tendo o autor original se envolvido nos primeiros capítulos e no desfecho. Fizeram parte do elenco nomes como Regina Duarte, José Wilker e Lima Duarte.