José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, mais conhecido como Boni, falou sobre o motivo pelo qual não preparou um sucessor na Globo e pontuou que não tinha ninguém qualificado para o cargo. “Eu não construí a minha sucessão, sem modéstia nenhuma, por razões acidentais, não tinha outro Boni”, sinalizou.
“O Boni apareceu por acaso, por causa das minhas incertezas”, disse em conversa com o Flow podcast. “Eu não tive essa ideia de sair da Globo. Eu achava que era fundamental eu sair da Globo para que ela pudesse se renovar”, contou. O ex-diretor relembrou o início da carreira em que foi estudar eletrônica. “Essas coisas todas estavam juntas por acaso, então eu conhecia cenário, eletrônica”, pontuou.
O executivo sinalizou que entendia a necessidade operacional. “Se o cara dizia para mim algo de uma câmera, eu sabia que não era isso. Tanto que todo o planejamento eletrônico da Globo sempre passou pela minha mão. Então, eu não tinha como montar um cara para substituir isso aí porque eu teria que botar vários caras para fazer essas coisas”, detalhou.
Eterno chefão da Globo, Boni criticou a gestão da emissora depois da sua saída. “Mas a primeira coisa fundamental era separar a produção para poder renovar, separar a produção da exibição, o que não foi feito. A Globo sobreviveu. Eu digo sempre que fizemos um grande transatlântico com muitas marcas e fortes máquinas e foi navegando, para frear aquilo e parar vai demorar, vai continuar navegando”, sinalizou.
A forma com que o diretor saiu da Globo incomodou o executivo. “Eu sempre pensei que um dia eu ia parar, mas nunca imaginei que eu fosse parar por decisão dos outros. Eu pensei que ia dar o aviso prévio. Eu fui comunicado que eu ia embora de um dia para noite e ninguém me convidou para fazer um jantar. Eu era inocente e fui demitido como culpado. Naquele momento, a Globo dava R$ 1 bilhão de lucro por dia, então não havia razão nenhuma para eu sair da empresa”, declarou.
