NICK PATON WALSH

Rússia processa repórter da CNN por produzir reportagens em área ocupada pela Ucrânia

Foto de Nick Paton Walsh, jornalista da CNN acusado pela Rússia
Rússia abre processo contra jornalista da CNN que mostrou incursão ucraniana em Kursk (foto: Reprodução/Internet)

O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia iniciou nesta quinta-feira (22), um processo criminal contra jornalistas que produziram reportagens em áreas ocupadas pelos ucranianos no sul do país. Entre os acusados está Nick Paton Walsh, correspondente-chefe da CNN para assuntos de segurança internacional, além das jornalistas ucranianas Olesia Borovik e Diana Butsko, do site Hromadske.

A acusação russa é de que os jornalistas da CNN e Hromadske cruzaram a fronteira ilegalmente, sem os vistos necessários, e acompanharam forças inimigas. Na semana passada, os três enviaram imagens da cidade estratégica de Sudja, na região de Kursk. A pena máxima para o crime é de cinco anos de prisão. O FSB declarou que fará um pedido de captura internacional dos repórteres, embora tal medida seja pouco prática.

O FSB já havia feito outro processo criminal contra Stefania Battistini e Simone Traini, da RAI, que também enviaram reportagens de Sudja. Em resposta, o embaixador italiano em Moscou foi convocado para ouvir queixas formais. Em coberturas de guerra, é comum que jornalistas estejam fisicamente de um dos lados do conflito, muitas vezes acompanhando soldados em suas operações.

A invasão da Ucrânia em 2022 intensificou a repressão ao jornalismo na Rússia e tem afetado vários veículos do mundo. Leis rigorosas restringem o que pode ser publicado, forçando a mídia independente a operar do exterior. Jornalistas têm sido presos com mais frequência, como o americano Evan Gerchkovitch, do Wall Street Journal, que passou mais de um ano na prisão acusado de espionagem antes de ser liberado em uma troca de prisioneiros.

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