Um ano depois de encerrar o contrato fixo com a TV Globo, Thiago Fragoso reclamou da falta de oportunidades na TV e no streaming. O ator, que estava na emissora desde 2000, afirmou que as características que o alçaram ao posto de galã no passado não são mais atrativas para o audiovisual atualmente. Apesar de ter sido responsável pelo primeiro beijo gay da TV brasileira, em Amor à Vida (2013), o artista lamentou que a imagem do homem hétero não é mais atrativa para os recrutadores de elenco.
“Em cada novela ou série, eu tenho a chance de fazer um personagem. Ou sou eu, ou o Jonas Bloch, ou o Herson Capri, ou o namorado da Larissa Manoela [André Luiz Frambach], que também é loiro de olhos azuis. Entrou um não pode mais ter homem hétero, branco. Estamos vendo esse questionamento pela mudança do status quo. Eu tenho uma chance por novela”, disparou ele ao jornal Folha de S.Paulo.
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Thiago Fragoso, que está longe das novelas desde o fim de Travessia (2012), fez um balanço do atual momento do mercado no Brasil. “Esse ano deu uma esfriada barra pesada, tiraram completamente os investimentos. A gente precisa estar na batalha todos os dias”, afirmou.
O artista avaliou que consegue abraçar suas próprias características sem sentir medo de ser julgado através das redes sociais. “Quanto menos você aparece, mais o personagem aparece. Isso para mim sempre foi um norte. Mas vivemos uma época em que tem gente escalando pela internet, de acordo com o número de seguidores. […] Ali tudo bem eu ser como sou: branco, hétero, casado, com dois filhos. Ali não tem problema. As pessoas que me seguem sabem que sou assim”, opinou.
Thiago Fragoso comentou que foi difícil lidar com o fim de seu contrato com a Globo. “Não tinha que me preocupar com plano de saúde, com nada, só em fazer o meu trabalho”, declarou. Ele, porém, destacou a importância do beijo gay que deu na novela Amor à Vida com Mateus Solano, que interpretava o vilão Félix, mas afirmou que hoje não poderia interpretar o personagem por não ser homossexual na vida real. “Foi importante para a história da dramaturgia brasileira e para a comunidade LGBTQIA+”, arrematou.
Aos 42 anos, o ator está em cartaz em São Paulo com a peça Dois de Nós, ao lado de nomes como Antonio Fagundes, Christiane Torloni e Alexandra Martins.