Intérprete de Leidi em Mania de Você, nova trama das 21h da TV Globo, Thalita Carauta revelou que artistas que faziam parte do antigo Zorra Total sofreram com preconceito da classe. A artista, que interpretou a inesquecível Janete e outras personagens, entre 2010 e 2015, contou que enfrentou dificuldades por ser uma mulher negra e que veio do subúrbio.
“Existia totalmente um preconceito [com atores do Zorra Total]. Mas não só isso, o preconceito é com o humor. No meu caso, ainda, era com um humor bem específico, do subúrbio. Ou seja, um preconceito ainda maior. Por ser humorista, por ser uma mulher negra, suburbana e por trazer o humor desse lugar”, declarou ela à coluna de Lucas Pasin, do Splash.
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Thalita Carauta comentou que caminhou muito para conseguir provar que tinha talento para personagens mais densas, que não tinham o humor como principal característica. “É difícil quebrar o imaginário das pessoas e construir um outro a seu respeito. Foi muito trabalhoso. Tive muito foco e um pé muito firme no que eu queria”, entregou.
A atriz está em seu terceiro trabalho com João Emanuel Carneiro, autor de Mania de Você, e se tornou um amuleto da sorte do novelista. “Os trabalhos que eu fiz com o João foram muito felizes. Ele sempre me deu um bom espaço. Existe uma diferença de quando o autor te chama como uma aposta, ou quando ele realmente acredita em você. O João acredita em mim. Passa um filme na minha cabeça. Quando eu poderia imaginar que conseguiria chegar a um lugar de reconhecimento profissional? Foi muita dedicação”, declarou.
Thalita Carauta comenta sobre humor no trabalho
Ao TV Pop, Thalita Carauta já havia falado sobre a importância de dar vida a um personagem com humor, mas sem perder o objetivo da história a ser contada.
“Às vezes o humor está no texto, mas não é ali que vai brotar a maior graça, às vezes vai ser em um gesto, em um comportamento, e a gente vai entendendo. Mas o humor nunca é a primeira coisa que eu trabalho em uma personagem, mesmo que eu veja que esse é um foco, porque acho que o humor tem que ser construído em cima de uma base muito humana, porque se não tem humanidade, não conecta com a verdade, as pessoas não se conectam. As pessoas ainda acham que o humor é uma piada, e que na verdade é muito além disso. A piada é um recurso do humor, existe humor sem piada, o que não existe é piada sem humor. É muito delicado, o humor não pode escrachar muito para não banalizar, então eu estou construindo com muito cuidado essa personagem”, explicou.