AÇÃO TRABALHISTA

CNN Brasil sofre condenação na Justiça por racismo e danos morais contra jornalista

Imagem de switcher da CNN Brasil com funcionário usando máscara no canto
Funcionário acusou emissora de racismo estrutural (Foto: Divulgação/CNN Brasil)

A CNN Brasil foi condenada na Justiça e deverá pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais e denúncias de racismo ao ex-funcionário Renan de Souza. O jornalista alegou no processo trabalhista que sofreu preconceito de seu então chefe, Asdrúbal Figueiró, durante a cobertura do assassinato do estadunidense George Floyd em 2020. Ele afirmou nos autos que discutiu com o superior na ilha de edição da emissora enquanto editavam uma reportagem sobre o caso e ouviu que só estava debatendo sobre o trabalho por ser “preto” e não entender nada de racismo.

De acordo com a revista Veja, o ex-funcionário perdeu em primeira instância, mas teve vitória em segunda instância pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. O jornalista também exigia equiparação salarial com colegas como Lourival Sant’Anna, já que também atuava como analista internacional, mas recebia menos, e também requeria o pagamento por horas de trabalho excessivas. O processo acusava a CNN Brasil de racismo estrutural pela postura de superiores.

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Na briga que motivou o processo, Renan de Souza queria exibir imagens do momento em que o policial sufocava George Floyd, resultando em sua morte. O autor do processo explicou nos autos que editava a matéria sobre o caso quando “diante dos cortes efetuados, o depoente mencionou que não deveriam ser feitos pois passariam uma imagem incorreta do ocorrido e na ocasião, o coordenador internacional, Asdrúbal, se dirigiu ao depoente dizendo: ‘você está dizendo isso porque é preto, está querendo defender preto, e você não entende nada de racismo’; que na ocasião ficou sem palavras, chorou e chorou saindo da sala; que dentro da sala do ocorrido estavam apenas o depoente, Asdrúbal, e o editor João Prado’”.

O ex-funcionário teria mandado um e-mail para o vice-presidente de conteúdo da CNN Brasil da época, Américo Martins, mas não teve nenhuma solução. No recurso utilizado pelo jornalista, o desembargador Paulo José Ribeiro Mota reconheceu o dano moral por assédio e racismo, afirmando que a vítima sofreu perseguições no ambiente de trabalho por Asdrúbal e Fabiano Falsi. O magistrado avaliou que a fala do superior tinha “conteúdo racista” e “tom depreciativo”.

A CNN Brasil emitiu um posicionamento repudiando o racismo, e afirmando que não houve discriminação nem racismo estrutural na briga que aconteceu na ilha de edição entre os dois funcionários em 2020. Asdrúbal Figueiró negou que tenha dito as frases atribuídas a ele por Renan e se justificou dizendo que pediu que a cena do sufocamento de George Floyd não ficasse muito tempo no ar por ser “angustiante, de uma pessoa sofrendo, agonizando”.

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