Alexandre Barillari comemorou o sucesso contínuo da novela Alma Gêmea (2005) e exaltou o autor Walcyr Carrasco, comparando-o a Shakespeare. A novela, que está sendo reprisada pela Globo, marcou a carreira do artista com o vilão sem escrúpulos Guto.
O artista observou que a novela atraiu um novo público e que a história continua relevante. “É um novo público. É quase como aquela história de reler o mesmo texto tantos anos depois. As impressões podiam ter deixado a novela datada ou infantil. E ao contrário, você refaz o sucesso com uma magnitude que me surpreende. É claro que a condução da novela de um tema tão atemporal e tão universal pelo Walcyr Carrasco é irretocável”, afirmou.
“E é mais do que isso. Acho que eu nem posso atribuir tanto apenas a nós, humanos. É preciso que Deus queira. Já que a gente fala de uma temática que envolve esse intangível, essa transcendência toda; é preciso que Deus queira que tantas engrenagens, que fazem parte de uma novela, deem certo ao mesmo tempo. Dar certo uma vez é uma coisa, mas dar certo várias vezes é porque realmente Deus quer”, sinalizou em conversa com a Contigo.
Alexandre Barillari comemorou a força de seu personagem na trama e destacou o talento de Walcyr Carrasco em tramas como Alma Gêmea. “A morte do Guto não era prevista, pelo menos não estava na sinopse. Mas Deus também assim desejou que acontecesse. E a virada, o golpe teatral, o golpe dramático que se dá com a morte do Guto (…) Porque você brigar com as forças humanas é uma coisa. Agora, lutar contra as forças do invisível é outra coisa. E pra quem acredita, como eu, que defronte a mim, não há um espaço vazio, mas um mundo cheio de energia invisível, isso dá ao personagem, como deu, um arco de trajetória surpreendente que talvez só Shakespeare seja capaz de urdir com tamanha precisão como o Walcyr fez”, disse.
O artista que atuou em Alma Gêmea continuou a elogiar o novelista. “Aliás, eu sempre digo que se eu fosse Richard Burbage, protagonista da companhia de Shakespeare, o Walcyr teria sido, de certo, para mim, um Shakespeare. Afinal de contas, para mim, ele escreveu tantos personagens, tantas histórias. Foram na televisão quatro novelas, uma peça, agora um filme, enfim, são muitos encontros. Assim como Shakespeare com o seu protagonista na sua companhia”, relatou.