O rendimento abaixo das expectativas de sua nova programação, lançada no primeiro semestre deste ano, deu início a uma demissão em massa no SBT nesta segunda-feira (16). Em busca de um reequilíbrio financeiro para minimizar o impacto causado pelos investimentos — com retorno insatisfatório — em novos projetos e contratações, a emissora de Silvio Santos (1930-2024) começou hoje a fazer cortes de pessoal em praticamente todos os seus setores e produções. O matinal Chega Mais e o já deficitário departamento de Jornalismo serão os mais afetados pelo passaralho.
A reportagem do TV Pop apurou que o canal comandado por Daniela Beyruti promoverá demissões ao decorrer de toda a semana, em uma movimentação para tentar minimizar os impactos dos cortes diante das organizações sindicais. A mesma estratégia foi adotada pela Globo no ano passado, quando o canal anunciou em pleno 1º de abril que promoveria uma reestruturação de pessoal a partir do próximo dia útil — na época, assim como o SBT, a emissora afirmou aos sindicatos que os cortes não passavam de “demissões pontuais”.
Nas últimas semanas, o canal da família Abravanel já havia adotado severas políticas de austeridade para tentar reduzir o prejuízo operacional da emissora neste ano. Todas as produções do SBT tiveram seus orçamentos dinamitados e precisaram promover cortes até mesmo em itens banais, como cartuchos de impressora e papéis de escritório. A orientação, que continua válida, era para que todos os setores economizassem o máximo possível para minimizar um eventual passaralho, que acabou se mostrando inevitável.
Internamente, especula-se que o corte de funcionários poderá impactar até um quarto da folha de pagamento da emissora. Em cartaz há seis meses, o Chega Mais deverá perder boa parte de suas equipes de produção, infladas desde o remanejamento de profissionais que atuavam no programa Eliana (2009-2024) — cerca de 10 colaboradores do matinal vão perder seus empregos. O jornal Tá na Hora teve dois postos extintos, enquanto o Circo do Tirú teve quatro cortes há algumas semanas. Internamente, ele e É Tudo Nosso! são dados como incertos para a programação de 2025.
Passaralho afeta medalhões do Jornalismo do SBT
Até o momento da publicação deste texto, o telejornalismo da rede liderada por Daniela Beyruti foi o mais afetado pela demissão em massa. Pelo menos cinco pessoas que trabalhavam na área já foram avisadas de suas respectivas dispensas. Dentre os nomes mais conhecidos, estão o repórter especial Luciano Teixeira e o executivo Sérgio Fernandes da Costa, que era um dos mais antigos jornalistas da emissora — atualmente na equipe do SBT Brasil, ele chegou a dirigir o extinto Noticidade, transmitido pela rede em 1998.
Na rádio-peão, circula que apenas dois programas foram poupados do passaralho: o diário The Noite, comandado por Danilo Gentili, e o Sabadou, liderado por Virginia Fonseca. Ambos dividem os mesmos profissionais, o mesmo diretor-geral (João Mesquita) e fazem parte de uma curta lista de atrações da emissora que figuram na vice-liderança de audiência e são superavitárias, ou seja, mais colocam do que tiram dinheiro dos cofres da emissora.
Procurado pela reportagem do TV Pop, o SBT não se manifestou até o momento da publicação deste texto.