VOLTA POR CIMA

Intérprete de falida em novela, Betty Faria afirma que direita odeia “velhos e pretos”

Foto de Betty Faria de cabelo grisalho até o ombro
Betty Faria falou sobre nova personagem em Volta por Cima (Foto: Alessandra Lima/TV Globo)

Betty Faria viverá uma ricaça falida em Volta por Cima, próxima trama das 19h da TV Globo. A veterana conversou com o TV Pop e outros veículos de imprensa em coletiva virtual da trama, e fez um balanço sobre a personagem que interpretará nos próximos meses. Entre suas opiniões, a atriz declarou que a extrema direita no Brasil odeia “velhos, pretos e amarelos”, e teceu outras críticas à classe social.

Em Volta por Cima, Betty Faria será Belisa, uma rica falida que faz parte da família Góis de Macedo, ao lado dos irmãos Joyce (Drica Moraes) e Gigi (Rodrigo Fagundes). Os três cresceram em um ambiente extremamente preconceituoso e se veem sem chão ao terem que pagar contas básicas do dia a dia e até mesmo usarem o transporte público na cidade do Rio de Janeiro.

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Betty Faria avaliou que esses personagens precisam se desconstruir de todos os seus preconceitos. “São pessoas normais, mas culturalmente eles têm preconceito, eles foram criados com preconceito de casta”, entregou. “O mordomo, o Sebastião (Fabio Lago), é um escravo dessa família. Ele é escravo porque o Brasil vem com a escravatura, parou com a escravatura recentemente, mas não dentro do coração das classes mais altas”, afirmou a atriz.

A veterana contou que se sentiu muito feliz de fazer parte de uma novela que possui pessoas idosas, pretas e amarelas em seu elenco. “Quando o André [Câmara, diretor artístico] me convidou para fazer essa personagem, a Beliza, e me expôs a história, eu vi a importância dessa novela nesse momento. Porque com a extrema direita, neofascista, entrando no mundo da maneira que está entrando, e o neofascismo é contra pretos, é contra judeus, contra gays, contra velhos que não servem para o objetivo deles”, avaliou.

“A Globo colocar uma novela com protagonistas jovens e outros mais pretos é uma coisa importante, inovadora. Eu me senti muito bem de abraçar esse projeto, essa coisa nova, essa proposta revolucionária da TV Globo, da Claudia [Souto] e do André [Câmara]. É um momento que nós temos que virar essa moeda mesmo”, concluiu.

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