A prisão de Sean Diddy Combs, conhecido como Puff Daddy ou P. Diddy, desencadeou uma série de revelações sobre casos de abusos sexuais, uso forçado de drogas em mulheres e a conivência de grandes nomes da indústria musical e do cinema. Detido no dia 16 de setembro, o rapper ficou conhecido por promover as White Parties (Festas do Branco), em que reunia estrelas do hip-hop e grandes empresários, a fim de colocar todas as pessoas no mesmo nível e, claro, usando roupas brancas. Passaram por estes eventos nomes como Ashton Kutcher, Jay Z, Will Smith, Diana Ross, Leonardo DiCaprio, Owen Wilson, Vera Wang, Bruce Willis e Justin Bieber.
O problema é que nos últimos meses, pessoas envolvidas nestas festas acabaram revelando cenários degradantes e situações absurdas. Adria English, ex-atriz de filme pornô, processa P. Diddy afirmando que foi forçada a fazer sexo com outras pessoas em seus eventos. Ela teria sido contratada como dançarina, e nas primeiras festas não foi obrigada pelo rapper a transar, mas o comportamento do artista foi mudando com o tempo. Ela divulgou na imprensa americana que usava um vestido preto, sinalizando aos convidados que era uma profissional do sexo.
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Adria contou que as mulheres eram estimuladas a beber em garrafas específicas, que continham drogas misturadas. Ela não se lembrava nem como chegava até em casa, apenas se dava conta de como foi a noite quando fazia a contagem do dinheiro que carregava. P. Diddy agradecia a ex-atriz por seus serviços, mas ela se sentia coagida e com medo de ter sua carreira destruída.
Tom Swoope, um ex-integrante da indústria musical, entregou em vídeos no YouTube que as festas eram divididas em níveis de acesso. Na área mais exclusiva, homens e mulheres ficavam em situações sexualmente humilhantes, e recebiam promessas de dinheiro e contratos com gravadoras. Os presentes usavam diversos tipos de drogas, sendo que a cocaína era inalada nos corpos dos convidados e em diversos tipos de superfícies.
Acusado de tráfico sexual e agressão, incluindo um episódio gravado contra sua própria ex-namorada, a cantora Cassie, P. Diddy negou todas as acusações na prisão. Caso seja condenado, ele pode pegar prisão perpétua. De acordo com o The New York Times, durante décadas, o artista abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e ocultar suas ações. Ele usava sua influência e seu dinheiro para conseguir tudo o que queria. O promotor Damian Williams afirmou à imprensa internacional que os abusos contra mulheres incluíam uso forçado de drogas como a cetamina.
Nesta terça-feira (1º), o advogado Tony Buzbee divulgou à imprensa mundial que P. Diddy está sendo acusado de abusar sexualmente de 120 pessoas. “Nós iremos expor os facilitadores que permitiram essa conduta a portas fechadas. Nós iremos investigar esse assunto não importa quem as evidências impliquem. O maior segredo da indústria do entretenimento, que, na verdade, não era segredo nenhum, enfim foi revelado ao mundo. O muro do silêncio agora foi quebrado”, disse ele na coletiva.
Em meio a tudo isso, teorias expostas no Tik Tok e em outras redes sociais revelam o que poderia ser uma rede de abusos no mundo da música. A rapper Nicki Minaj expôs que tem sido atacada pela imprensa a mando de Jay Z, melhor amigo de P.Diddy, por ela saber de detalhes da relação entre o marido de Beyoncé e o universo sujo da música. A voz de Anaconda sugere que o público não sabe sobre abusos sofridos por mulheres como Aaliyah – morta em uma queda de avião, em 2001, que pessoas ligam ao Jay Z – e Kim Porter, ex-mulher de P. Diddy, também já falecida, em 2018, em casa vítima de uma pneumonia. Esses últimos casos são apenas rumores, e não há nada de concreto sobre essas acusações.