Mestre Ivamar, de 66 anos, conhecido pelos trabalhos na TV Globo, fez uma reflexão sobre o preconceito que pessoas idosas sofrem no audiovisual. O ator, que interpretou Popô na novela Amor Perfeito (2023), afirmou que a sociedade evoluiu no que diz respeito à diversidade, e até elogiou a produção da trama de Duca Rachid e Júlio Fischer, mas avaliou que ainda há muito o que melhorar nesse quesito.
Em entrevista ao Notícias da TV, o veterano falou sobre a bagagem que possui de suas vivências na periferia de São Paulo e também dos anos que morou na Angola, e garantiu que seu maior objetivo atualmente é propagar a arte e a história do povo nego onde passar. “A televisão trazia atuações de pessoas com mais de 60 anos e negros de forma muito pejorativa. Então, são fundamentais esses avanços que têm ocorrido na dramaturgia. É fruto de muita luta, muito trabalho”, avaliou.
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Mestre Ivamar está à frente do Coletivo Amazonizando, por isso é tão ativo em questões raciais na sociedade. Ele avaliou que seu trabalho em Amor Perfeito até teve grande diversidade no elenco. “Tinha diversidade. Para a sociedade, foi muito interessante. As pessoas me abordavam, pessoas negras com mais de 60 anos se sentiam até curadas. Porque se ver na TV de uma forma diferente, carinhosa, respeitosa, com um homem negro de 60 anos que namora, que tem um processo importante, isso cura ter se assistido por anos e anos em papéis pejorativos”, declarou.
O ator, no entanto, avaliou que há algumas melhorias a serem feitas. “Eu acho que temos um longo caminho a percorrer. Mas essas iniciativas [como a novela], que são de uma sensibilidade muito grande, vêm crescendo e sendo discutidas. A cada década, a história muda. O preconceito, a invisibilidade, tudo isso vai tomando outras formas. Questões vão sendo compreendidas. Hoje em dia, a gente discute a questão da mulher, a questão do LGBTQIA+, do indígena. Acho que estamos mais abertos, e vale ter esperança”, concluiu.