Garota do Momento estreou na última segunda-feira (4) já com alta audiência na TV Globo. A nova trama das 18h é escrita por Alessandra Poggi, que conversou com o TV Pop sobre seu novo trabalho no canal. A autora deu detalhes de como a ideia do folhetim surgiu e reforçou a importância de colocar diversidade na produção, tocando em assuntos delicados que refletem nos anos 1950, em que se passa a novela, até os dias atuais.
A escritora revelou que não teve nenhuma inspiração real para construir a história de Beatriz (Duda Santos), uma jovem que acredita ter sido abandonada pela mãe, Clarice (Carol Castro). O que ela não sabe, é que a mulher sofreu um acidente e perdeu a memória, e é enganada pelo marido, Juliano (Fábio Assunção), e a terrível sogra Maristela (Lilia Cabral).
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“Parti do zero, parti da ideia de uma fotografia. Fiquei pensando: uma fotografia de quem? De uma mãe, de uma filha? É a fotografia de uma mãe. Quem está vendo? É uma filha, e ela está emocionada. Por quê? Faz muitos anos que ela não vê essa mãe, entendeu? O fio vai sendo puxada a partir de decisões que eu tomo. No caso dessa novela, a partir de uma fotografia”, entregou.
Alessandra Poggi afirmou que não costuma pensar em atores quando começa a escrever uma novela. “Em geral eu não penso em nenhum ator, para mim os personagens não têm rosto. Eles só ganham uma fisionomia mesmo depois que a gente faz a escalação de elenco junto com a Natália [Grimberg, diretora artística] e a produtora de elenco Letícia Navero”, entregou. “Estou superfeliz com o elenco. Todos estão em seus devidos lugares, com seus devidos rostinhos na minha cabeça, então estou super feliz”, garantiu.
Em relação à audiência, a autora afirmou que a única cobrança para alavancar os índices da tarde partem de si mesma. “A pressão é minha comigo, porque óbvio que eu quero fazer sucesso, então eu vou acompanhar, mas eu estou segura do trabalho que a gente está fazendo. A novela é uma obra coletiva, então é um trabalho de muitas pessoas. A gente está com uma expectativa boa, de que a gente vai abafar a banca”, torceu.
Alessandra Poggi também comentou que a ideia de reforçar o protagonismo negro em Garota do Momento foi pensando desde o começo dos trabalhos. “Isso já era algo formado desde o início. Eu sempre quis dar esse equilíbrio e eu acho fundamental, por isso a gente escreveu uma história que tenta resgatar os preconceitos na época e que existem até hoje, criar esse debate, criar essa conversa entre os anos 1950 e os dias atuais. O conservadorismo que havia naquela época também, em relação a outros preconceitos também, preconceitos contra homossexuais, preconceitos contra mulheres discriminadas. Então estou trazendo tudo isso para a gente poder conversar com o público e fazer o público refletir sobre todas essas questões que são muito atuais também”, avaliou.
Por fim, a autora explicou que os dilemas mostrados no folhetim, mesmo que a trama se passe em 1959, refletem nos dias de hoje. “Quando a gente está falando do mesmo assunto, a gente consegue transportar para um universo fictício, um universo de novela das seis também, onde os temas são tratados com um pouco mais de leveza, qualquer questão. Então a gente consegue levar essas questões atuais para um universo fabular de 1958. A gente domina o assunto e a gente tem um olhar dos dias de hoje em relação àquele assunto que a gente pode trazer personagens daquela época com falas e conselhos e tudo, mas atuais. Acho que facilita”, concluiu.