Sabe aquela emoção que temos a cada quatro anos vendo a seleção brasileira na Copa do Mundo? Podemos dizer que a população dos Estados Unidos tem uma emoção parecida anualmente. O Super Bowl é a final do futebol americano, que em sua 55ª edição será entre Tampa Bay Buccaneers e Kansas City Chiefs — a partida no próximo domingo, dia 7, contará com um show do intervalo comandado por The Weeknd.
Devido a sua grande audiência, o evento é exibido de forma rotativa entre os canais CBS, FOX e NBC, já que a venda dos direitos da liga é feita de forma diferente. A ABC transmitia o jogo até 2006, mas que cedeu a sua vaga no rodízio em troca dos jogos de segunda-feira para o canal fechado ESPN (ambos fazem parte do conglomerado Disney). Para a empresa de Mickey Mouse, era mais interessante ter mais assinaturas do que um boom na audiência a cada quatro anos.
Mas essa coluna fala de séries, não de esporte, e tenho certeza que não quero fugir disso, afinal, ambos os temas são bem ligados. O Super Bowl não é apenas um evento esportivo que vai atrair apenas fãs de futebol: o uso do show do intervalo capta um público bem mais amplo, que sequer gostam do jogo e Lady Gaga está aí para provar.
Além de contar com o Show do Intervalo, as emissoras colocam séries, realities e até talk shows após o evento, numa maneira de segurar o público e ter mais publicidade vinculada — mas isso aí depende de um grande planejamento. A história tem que ser algo que uma pessoa possa entender mesmo sem nunca ter assistido e rezar para que o jogo não acabe tarde demais para não espantar o público.
Nessa esteira, temos diversos sucessos como Grey’s Anatomy; a série que a ABC escolheu em seu último ano transmitindo o evento; Glee, no episódio em que cantaram pela primeira vez uma música do Michael Jackson; e até This is Us, que finalmente desvendou um dos maiores mistérios da série.
Mas nem todas as escolhas foram boas: em 2003 a ABC escalou Alias – Codinome Perigo para o pós-evento e teve sua pior audiência devido uma soma de fatores: o jogo acabou muito tarde e a história do episódio era ligada completamente a trama da série, o que espantou o público que não conhecia a história. Outra tentativa frustrada é a Fox em 2017 tentando relançar 24 Horas com outra pessoa como protagonista em 24 – Legacy: a audiência inicial satisfatória, mas foi caindo episódio a episódio ao ponto de não ter uma segunda temporada.
Este ano a transmissão está em mãos da CBS. A escolha foi um reboot da série clássica The Equalizer, série que já se tornou dois filmes estrelados por Denzel Washington, chamado no Brasil de O Protetor. Na nova versão, O Protetor, ou A Protetora será interpretada por Queen Latifah, mais conhecida no Brasil pelos filmes Táxi e As Férias da Minha Vida.
Na série, Latifah será Robyn McCall, uma mulher enigmática e mãe solteira com um histórico misterioso que usa suas extensas habilidades para ajudar aqueles que não têm a quem recorrer, agindo como um anjo da guarda e protetora daqueles que não podem defender-se. Como fã de Queen Latifah, encerro desejando sorte a série, que não tenha o mesmo destino de 24 – Legacy. Vida longa a protetora!
Mateus Ribeiro é engenheiro por formação, e nas horas vagas se diverte maratonando séries e assistindo programas de origem duvidosa da televisão brasileira. No TV Pop, escreve semanalmente sobre as séries produzidas pela indústria norte-americana. Converse com ele pelo Twitter @omateusribeiro. Leia aqui o histórico do colunista no site.