A demissão em massa promovida pelo SBT não está restrita apenas aos colaboradores que atuam em São Paulo. A rede comandada por Daniela Beyruti também está reestruturando todas as suas emissoras próprias, dando continuidade ao processo iniciado na última segunda-feira (11), conforme noticiado em primeira mão pelo TV Pop. Na regional de Porto Alegre, um dos demitidos foi Glauco Pasa, um dos apresentadores do Tá na Hora Rio Grande. Em sua despedida, o jornalista escancarou a má-administração da empresa, expondo uma promessa descumprida pelo canal.
“Semana passada fomos informados de que não haveria mais cortes. Agora recebi a comunicação de que fui cortado. Foram quatro anos de muito trabalho e boas risadas. Transitei no Jornalismo geral, voltei ao esporte. Se mais não fiz, foi porque não consegui. Mas nunca faltou esforço e comprometimento. A partir de hoje não faço mais parte do SBT. Vou sentir saudade de alguns colegas queridos. Muito obrigado pela audiência, confiança e carinho”, anunciou o jornalista, que também atuava como repórter dos telejornais nacionais da rede, como Primeiro Impacto e SBT Brasil.
O apresentador do Tá na Hora Rio Grande não foi o único nome dispensado nas regionais do SBT: além de Nara Bandeira, que abriu a reestruturação das filiais na segunda, a emissora já demitiu ao menos 10 profissionais que atuavam em Brasília desde o início da manhã desta quinta-feira (14). A capital concentra a maior parte das operações do SBT News, portal de notícias da rede e que também era um telejornal, cancelado por seu alto custo e baixa procura publicitária — o noticioso era feito em São Paulo, mas aproveitava todos sos conteúdos feitos para a internet na capital.
A reportagem do TV Pop apurou que, até o final do mês, cerca de 400 pessoas devem perder seus empregos na emissora fundada por Silvio Santos (1930-2024), que trabalha internamente com projeções que apontam um rombo de R$ 100 milhões para o orçamento do próximo ano. A situação do conglomerado ficou ainda mais delicada depois da morte de seu proprietário, que era visto como principal fiador da operação, e se complicou depois que a Cimed desistiu de adquirir a Jequiti. A venda, se concretizada, teria rendido mais de R$ 400 milhões ao Grupo Silvio Santos.