Beatriz Goulart, mulher do jornalista Maurício Kubrusly, falou sobre a saúde do marido, que enfrenta demência frontotemporal. Conhecido por suas reportagens no Me Leva Brasil, do Fantástico, o jornalista foi diagnosticado com a condição em 2016. Atualmente, ele não consegue ler, escrever ou falar fluentemente, e tem dificuldade em reconhecer pessoas.
Em uma entrevista ao jornal O Globo, Beatriz destacou as dificuldades enfrentadas no tratamento. Inicialmente, a condição foi confundida com Alzheimer, e os médicos, muitas vezes, o tratavam como uma celebridade, complicando o atendimento e deixando a família sem informações claras. “A evolução da demência tem em altos e baixos. Mas ele já esteve pior e a consciência que tem de si mesmo continua iluminada. Tratavam ele como uma celebridade e não como paciente. Perguntavam da televisão e a gente ficava no escuro”, sinalizou.
A arquiteta mencionou que o racionalismo de Maurício Kubrusly, que é ateu, tem sido uma ajuda na convivência com a doença. “Nesse ponto, foi ótimo ele ser ateu, porque não tem Deus para culpar. Ele é bem racional, sabe que isso acontece com muita gente”, sinalizou. O jornalista é a figura do documentário Kubrusly: Mistério Sempre há de Pintar Por Aí, que estreia em 4 de dezembro no Globoplay.
Beatriz Goulart desabafou sobre a dificuldade em discutir temas como demência e morte. “A gente não sabe falar sobre demência, não sabe falar sobre a morte, tem vergonha, diz que é para preservar a privacidade das pessoas”, relatou. A declaração foi feita no lançamento do documentário do streaming da Globo.