Cristiano, da dupla com Zé Neto, entregou que quase colocou um fim na parceria de 13 anos devido ao vício do sertanejo em bebida e no cigarro eletrônico. O artista, que retomou a agenda de shows com o amigo depois de mais de 90 dias parado, entregou que os últimos três anos foram desafiadores devido aos problemas de saúde enfrentados pelo parceiro.
“Ele fumava, perdia a voz, ia pro show, bebia, tomava remédio e no outro dia via os comentários ruins e se afundava mais ainda. Então, a cada dia ele foi se afundando. Eu e o Zé nunca brigamos, mas começamos a discutir porque não queria bebida no camarim. Ele não enxergava e conseguia assumir que estava doente”, contou Cristiano em conversa com a imprensa.
Zé Neto contou que começou a sentir os efeitos de sua vida desregrada na volta aos shows depois da pandemia. “De repente, cerca de um mês e meio após retomarmos as apresentações, comecei a sentir muito formigamento no braço e aceleração no coração, mas como caipira que sou, não aceitava muito. ‘Não, isso não é nada. Vai dar tudo certo'”, relembrou.
SBT dá rasteira na RedeTV! e chega a acordo para Datena assumir o Tá na Hora
Tempo de tela de personagem de Adriane Galisteu em Senna causa indignação
O vício em álcool e no cigarro eletrônico prejudicaram fortemente seu desempenho em cima do palco. “Consumo de álcool excessivo foi sem dúvida um problema grande na minha vida e também o cigarro eletrônico, que prejudicou o que mais amo fazer, que é cantar. Chegava no show fumando aquela bost*, ficava rouco, ia dar entrevista com vergonha. Fomos chamados para vários DVDs e não fomos por insegurança minha”, detalhou o cantor.
“Eu chegava no camarim e me dava medo: ‘Meu Deus do céu, tenho que subir para cantar e não tenho voz’. O que eu fazia? Bebia, bebia e bebia e subia anestesiado. Muitas pessoas percebiam, mas algumas já estavam acostumadas e foram dias muito difíceis. Acabei cometendo erros pela bebida, falando demais em alguns momentos. Ainda bêbado e com efeito de remédio. Foi uma fase complicada”, continuou.
Cristiano tentava ajudar o amigo ao mesmo tempo em que enfrentava uma depressão depois da morte da mãe. Ele teve crises do pânico e percebeu que Zé Neto também lidava com problemas parecidos. “Ele bebia, juntava com efeito do remédio e ficava perdido, falava muito durante o show, se perdia nas falas, era repetitivo, não cantava, a voz estava prejudicada pelo cigarro eletrônico”, lamentou. Foi nesse momento que o cantor pensou em dar um fim na dupla sertaneja.
“Pra mim, a carreira, o dinheiro e o sucesso não fazia mais sentido porque ele ia morrer. Falei pra minha esposa que era uma coisa que eu estava há muito tempo: ‘não ia no escritório fazer reunião pra ameaçar ninguém, tô indo pra realmente parar’. Chamei os nossos sócios e fui bem direto… Eu queria salvar o meu amigo antes de qualquer coisa”, comentou.
Depois de muito esforço, Zé Neto assumiu que estava doente e decidiu colocar a saúde em primeiro plano. “Foi um estalo de: se eu não parar, vou morrer”, entregou ele, que chegou a ficar travado durante uma crise. Os dois artistas passaram a intensificar as sessões de terapia e deram uma pausa da agenda de shows para se recuperar. “Não julgue como algo de pessoa fraca. Não acreditava em depressão. Via como coisa de gente à toa e posso falar pra vocês que é uma doença que mata e ninguém vê. Se quem está em volta não consegue ajudar, a pessoa vai se afundando. Não brinquem, isso é sério”, alertou o cantor.