ÂNGELA BASTOS

Jornalista mais premiada de afiliada da Globo expõe dificuldade em executar grandes reportagens

A comunicadora deixa a NSC com gratidão pela experiência acumulada e expectativa de continuar contribuindo para o jornalismo

Foto de Ângela Bastos
Repórter de afiliada da Globo, Ângela Bastos falou sobre a dificuldade de fazer grandes reportagens (foto: Reprodução/Internet)

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A jornalista Ângela Bastos anunciou seu desligamento do jornalismo diário da NSC, afiliada da Globo em Santa Catarina, depois de 30 anos de uma carreira marcada por reportagens que conquistaram reconhecimento nacional e internacional. Entre suas conquistas, estão prêmios como o Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, Tim Lopes e distinções da CNBB e da ONU.

A saída do Grupo NSC foi motivada pelo desejo de explorar novos projetos e “reconectar-se com suas raízes”. “Esse é o desfecho de um processo que vinha sendo construído. Em novembro de 2023, procurei o diretor César Seabra para pedir a ajuda dele. Busquei o profissional que dentro da NSC é o responsável pelo jornalismo. Eu tenho noção do meu tamanho dentro da empresa e fui transparente: eu estava pensando sobre o meu momento atual no jornalismo”, contou ao Portal Making Of.

Ângela Bastos mencionou que a produção de grandes reportagens se tornou um desafio crescente. A comunicadora sinalizou que não é um problema apenas da afiliada da Globo, mas em outras emissoras também. “Nas últimas décadas, a forma de produzir conteúdo mudou muito. Eu comecei no impresso, migrei para o digital, fiz multimídias para a TV e rádio. Sou muito agradecida a NSC por ter me dado a oportunidade de acumular essa experiência que carrego comigo”, disse.

“Projetos de grandes reportagens se tornaram cada vez mais difíceis de serem executados. E não só no digital da NSC, pois tenho colegas de outras emissoras que dizem o mesmo. Não só porque as pessoas não queiram, mas porque as rotinas na redação se transformaram. Tem menos gente, muito mais demandas, outras prioridades. Isso impacta diretamente uma produção maior, que exige pesquisa, garimpar fontes, várias entrevistas, edição cuidadosa. Eu até tinha uma situação privilegiada por trabalhar home office e poder lidar com meus próprios horários, mas não é essa a rotina das outras pessoas”, sinalizou.

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