FICOU NA EMISSSORA POR 30 ANOS

Ex-chefão da Globo, Boni critica onda de remakes da emissora

O executivo também sinalizou que não gosta do maniqueísmo na televisão

Foto de Boni
Boni criticou onda de remakes e falou sobre as novelas (foto: Reprodução/Internet)

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José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, mais conhecido como Boni, foi afastado do comando da Globo em novembro de 1997, depois de 31 anos no canal. Um dos responsáveis pelo padrão de qualidade da emissora, o comunicador relatou que não gosta da onda de remakes.

“Hoje em dia, os formatos têm trazido dois caminhos que não gosto: maniqueísmo e remake. Acho que remake só vale quando é melhor que o original. Eu, pessoalmente, quebrei a cara nas vezes em que fiz, como em Irmãos Coragem (1970). Já em Selva de Pedra (1986) acertei porque o remake ficou melhor que o original”, declarou o executivo.

O ex-chefão da Globo afirmou que as atuais tramas pecam em alguns pontos. “Acho que as novelas são eternas, mas não podem ser levadas a público sem pesquisas, estudos, marketing profundo. A novela é contada por grandes personagens e não pela história propriamente dita. Se trata de uma relação de convivência entre o emissor, no caso a TV, e o consumidor, no caso o telespectador”, disse em conversa com Joyce Pascowitch.

Boni pontuou que as novelas precisam ter alguma ligação com o público para que ele possa se conectar com a trama e acompanhá-la. Novelas têm possibilidades imensas, mas não podem ter tantas ‘obrigações’. A ficção tem que ser mais livre. Gosto de relembrar Janete Clair (1925-1983), que dizia que qualquer coisa pode existir na ficção, mas tem que ser verossímil. O exemplo é o Super-Homem, que tinha poderes porque vinha de outro planeta, mas também tinha vulnerabilidades”, afirmou.

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