A alteração que Claudia Leitte promoveu na letra da música Caranguejo em shows pré-Carnaval tem gerado repercussões mais intensas nos últimos dias. O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) promoverá no dia 27 de janeiro uma audiência pública para debater a proteção de matriz africana e os impactos de atitudes que possam violar o patrimônio histórico e cultural dessas tradições. O movimento acontece em resposta à troca que a artista fez ao cantar o hit dela, trocando o nome de Iemanjá por Yeshua — nome de Jesus em algumas correntes cristãs.
De acordo com o Estadão, a audiência acontecerá às 14h na sede do MP-BA, em Salvador, e discutirá medidas preventivas em áreas como cultura, educação e legislação para que as comunidades afro-brasileiras, com ênfase nos povos de terreiros, sejam respeitados e defendidos na sociedade. A ação foi motivada pelo inquérito civil movido pelo Ministério Público para investigar possíveis danos causados pela modificação da canção de Claudia Leitte. A denúncia foi formalizada pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras (Idafro).
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Claudia Leitte optou por não se pronunciar oficialmente sobre o inquérito e nem sobre a audiência pública. Ela, que se tornou evangélica em 2014, já tem trocado o nome da entidade por Jesus há muitos anos, mas somente agora o caso tem repercutido entre pessoas que seguem religiões de matriz africana. A atitude dela foi muito criticada nas redes sociais por ela, supostamente, não preservar o patrimônio cultural relacionado a práticas religiosas que envolvendo entidades.
A cantora já afirmou que não concorda com as acusações de racismo religioso e declarou que o assunto deve ser tratado como a seriedade que merece, e não como algo “jogado ao tribunal da internet”. Apesar do cancelamento, os shows da artista seguem lotados pelo país.