A televisão brasileira perdeu mais um de seus ícones: o jornalista João Baptista Bellinaso Neto, mais conhecido como Léo Batista, morreu neste domingo (19) aos 92 anos. O comunicador estava internado desde o início do mês no Rio de Janeiro. Primeiro apresentador do Globo Esporte, tradicional noticiário transmitido desde agosto de 1978, ele era o funcionário mais longevo da Globo desde a morte de Cid Moreira. Ao todo, foram 55 anos de dedicação ao maior conglomerado midiático do país. Seu primeiro trabalho na rede foi em 1970, na Copa do Mundo do México.
Mesmo com a saúde debilitada desde a morte de sua mulher, no final de janeiro de 2022, o veterano não pendurou as chuteiras. O jornalista, que iniciou sua vida profissional em 1947, seguiu na ativa até a sua derradeira internação, e trabalhando justamente no programa que ajudou a criar. Nos últimos anos, ele passou a se dedicar a apresentação de quadros especiais na versão carioca do Globo Esporte, atualmente comandada por Alex Escobar. Em junho do ano passado, Léo Batista ganhou uma série em sua homenagem, exibida pelo SporTV e disponível no Globoplay.
“Quando você conta a história da vida do Léo Batista, você está contando a história do Brasil. Alguém se manter coerente e profissional ao longo de tantas décadas, ainda é um fato excepcional. Se existe Tiago Leifert, se existe Tadeu Schmidt, é porque o Léo Batista foi antes”, afirmou Pedro Bial em depoimento ao documental. Ao decorrer de sua extensa trajetória, Léo Batista ficou ainda mais conhecido pelo seu estilo descontraído. A trajetória do apresentador na televisão é marcada por contribuições significativas a diversos programas históricos do país.
Depois de substituir Cid Moreira em uma edição do Jornal Nacional, Léo Batista foi contratado definitivamente pela Globo em 1971. Aprovado pelos executivos da rede, ele chegou a fazer parte do rodízio de âncoras do noticioso aos sábados, foi um dos titulares do Jornal Hoje e, em 1978, foi um dos idealizadores do Globo Esporte, continuando no time de apesentadores do programa até 2014, quando se afastou definitivamente do comando da atração. Ele, no entanto, continuou no formato através de participações pontuais, sem periodicidade definida.
Sua voz era uma presença constante nos intervalos dos jogos do Campeonato Brasileiro nas noites de quarta. Quando questionado sobre uma possível aposentadoria, Léo Batista era direto: ele só deixaria de trabalhar depois de morto — o que provou ser uma realidade. “Se arranjarem uma metralhadora, com bala de verdade mesmo, que não falhe, para me dar uma rajada, de repente eu paro de trabalhar. Mas, se não for assim, não paro, não”, disse o jornalista em 2007 para a Associação Brasileira de Imprensa.