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SEM PAPO

SBT recusa acordo com Rachel Sheherazade em processo milionário

Imagem da apresentadora Rachel Sheherazade apresentando o SBT Brasil
SBT recusou acordo com Rachel Sheherazade em audiência de conciliação na Justiça do Trabalho (foto: SBT/Reprodução)

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Em audiência de conciliação na Justiça do Trabalho, o SBT não aceitou a possibilidade de fazer acordo com Rachel Sheherazade no processo trabalhista aberto em de março. Na ação contra a emissora de Silvio Santos, a ex-apresentadora do SBT Brasil pede indenização de R$ 20 milhões. As informações foram divulgadas pelo colunista Gabriel Vaquer, do site Notícias da TV.

Os advogados do SBT foram até a audiência na 3ª Vara do Trabalho em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, sem qualquer proposta de acordo e apresentaram ainda novos documentos na ação contra a apresentadora. “Proposta da reclamada: não há. Conciliação Rejeitada”, diz trecho do texto da negativa da rede.

Por conta disso, a briga na Justiça entre o canal paulista e a jornalista paraibana vai continuar. Uma nova audiência foi marcada para o dia 8 de novembro, em que o SBT e Rachel Sheherazade vão dar suas versões sobre a relação de trabalho que durou nove anos, entre 2011 e 2020. A âncora alega que apesar de ser contratada como pessoa jurídica, tinha obrigações como qualquer funcionário de carteira assinada, como plantões, horas extras e jornadas mais longas. Rachel Sheherazade tinha salário de R$ 200 mil.

A apresentadora quer comprovar o vínculo empregatício com o SBT e requer o pagamento de direitos trabalhistas. Em vídeo publicado na internet no ano passado, Rachel afirmou que foi demitida por e-mail um mês antes do fim do contrato. “Nosso contrato deveria seguir até 31 de outubro, mas o SBT me comunicou através de um e-mail que a partir de hoje [segunda, dia 28 de setembro de 2020] eu não precisaria voltar. A empresa dá por cumprido nosso trato”, disse ela na publicação.

“Achei que seria de bom tom não sair à francesa. Em respeito a vocês eu venho dizer um até breve. Sou grata, pois nos últimos dez anos estive com vocês todas as noites”, comentou na época. Ao UOL, Rachel Sheherazade confirmou o processo, mas afirmou que ele não tem valor estipulado: “Como qualquer cidadã e qualquer trabalhadora, tenho direito de questionar na Justiça a minha relação de trabalho e pedir o reconhecimento de eventuais direitos. Não sou melhor nem pior do que ninguém”.

 

CEO do SBT afirma que Rachel Sheherazade envergonhava a emissora

O litígio milionário de Rachel Sheherazade com o SBT vai muito além das cifras que ela pleiteia na esfera trabalhista. Para entrar com a ação judicial contra seu antigo emprego, a jornalista teve que quebrar a caixa-preta do Jornalismo da emissora e anexou ao processo uma série de comunicações formais com diretores da rede. Dentre elas, uma em especial chama a atenção: um e-mail que ela recebeu de José Roberto Maciel, que atua como CEO da empresa, na tarde de 17 de outubro de 2014. No texto, ele chega a afirmar que a então âncora do SBT Brasil não tinha bom senso.

De acordo com o executivo, o comportamento da jornalista envergonhava não somente a ele, mas a diversos outros colaboradores da emissora. Na sequência, Maciel diz que ela não se dá o respeito, e que tampouco tinha interesse em defender os valores e os princípios defendidos pela rede. Ele também ressalta que a âncora foi irresponsável ao usar seus perfis em redes sociais para ofender uma série de publicitários relacionados com a empresa, e que seriam os responsáveis pela manutenção de toda a estrutura da companhia, inclusive dos vencimentos mensais da âncora.

O e-mail exposto por Rachel Sheherazade também revela uma sanção que não havia se tornado pública. Apesar de estar temporariamente afastada por ter feito uma cirurgia, José Roberto Maciel a proibiu de publicar qualquer tipo de conteúdo envolvendo o Jornalismo do SBT, com ou sem a presença da jornalista, até que ela voltasse ao trabalho e tivesse uma conversa com ele pessoalmente.

Apesar da desavença com o chefão da emissora, a ex-âncora do SBT Brasil chegou a ter o seu contrato renovado por algumas vezes após a briga com o CEO. O seu vínculo original, com salário de R$ 30 mil, foi válido entre 14 de março de 2011 e 13 de março de 2013. No último acordo firmado com a empresa, vigente entre 1º de maio de 2018 e 31 de outubro de 2020, a jornalista ganhava R$ 198.745 mensais — se ela quisesse rescindir o seu contrato, teria que arcar com uma multa feita a partir da base pré-estipulada de R$ 5.962.350,00 (cinco milhões, novecentos e sessenta e dois mil e trezentos e cinquenta reais), calculada a partir dos meses restantes para o vencimento do termo.

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