EXCLUSIVO!

SBT demite último escudeiro de Silvio Santos e Tá na Hora entra na linha de tiro

Maior defensor do jornalístico desde a sua criação, Rafael Larena trabalhava na emissora há mais de duas décadas e atuava ao lado do homem do Baú

Foto de Rafael Larena, ex-executivo do SBT
Último escudeiro de Silvio Santos, Rafael Larena foi demitido do SBT (foto: Reprodução)

Compartilhe:

O SBT acaba de sepultar definitivamente o último resquício de Silvio Santos (1930-2024) em sua administração: principal escudeiro do empresário durante mais de duas décadas, Rafael Larena foi dispensado pela emissora nesta sexta-feira, dia 24. O executivo, que foi membro do comitê artístico da emissora durante 11 anos, era assessor direto do homem do Baú e trabalhava na resolução de assuntos delicados para o empresário — na maioria das vezes, era dele a responsabilidade de transmitir as ordens do apresentador para os diretores responsáveis pelos programas do canal.

Ele é o segundo assessor do acionista demitido pela empresa em um intervalo de menos de 24 horas — na quinta-feira, dia 23, o SBT dispensou o diretor holandês Richard Vaun, responsável pela aquisição de formatos internacionais, filmes e séries, e que era visto internamente como um dos fiéis escudeiros de Silvio Santos, que havia o contratado há mais de duas décadas, primeiramente para traduzir o “manual de instruções” do formato Big Brother, que acabou se transformando na Casa dos Artistas, um dos mais bem-sucedidos programas de toda a história da emissora.

No entanto, diferentemente de Vaun, Rafael Larena era participativo em outros setores do SBT. Fontes da reportagem do TV Pop apontam que o executivo era defensor ferrenho e entusiasta das mudanças promovidas por Daniela Beyruti na programação da emissora no ano passado. Ele, no entanto, não escondia sua preferência por um produto em especial: o Tá na Hora, que festejará o seu primeiro aniversário em março. O jornalístico só chegou tão longe justamente por conta da insistência do diretor, que tinha forte influência nas decisões da herdeira de Silvio Santos.

Diversos outros executivos da emissora tentaram acabar com o programa policial nos últimos meses, mas acabavam esbarrando em Larena, que providenciou por conta própria diversos estudos sobre a viabilidade financeira do projeto, apesar de seus baixos índices de audiência. Ao longo do último ano, foi justamente ele quem se reuniu em diversas ocasiões com a diretoria da atração, sempre garantindo a permanência do formato na programação, mesmo depois da morte de Silvio Santos — que, teoricamente, deveria ter coincidido com a diminuição de sua influência no SBT.

Contrariando todos os prognósticos, o fiel escudeiro de Silvio Santos acabou passando ileso aos cortes promovidos pela emissora no final do ano passado, mesmo com a sua principal função — aquela de “assessor do acionista” — extinta. Ele, no entanto, perdeu espaço e prestígio desde a contratação de Rinaldi Faria, o criador da dupla de palhaços Patati Patatá, no final de novembro. Mesmo sem um cargo fixo na estrutura organizacional da empresa, Faria acabou assumindo informalmente os cargos de Larena e Vaun, atuando como conselheiro direto de Daniela Beyruti.

A demissão de seu principal entusiasta coloca o Tá na Hora diretamente na linha de tiro: o jornalístico, que nunca teve ibope satisfatório, perdeu anunciantes com a chegada de José Luiz Datena, se firmando como um imenso problema para a cúpula do SBT. Considerando todo o comitê artístico da emissora, apenas ele e Mauro Lissoni eram a favor de que o telejornal continue no ar, ao menos não no atual horário. Há uma grande possibilidade de que o projeto passe por mudanças mais uma vez nas próximas semanas.

A reportagem do TV Pop procurou, desde as primeiras horas desta sexta-feira, a assessoria de imprensa do SBT. A emissora, no entanto, não quis se manifestar sobre a saída de Rafael Larena.

Compartilhe:

O TV Pop utiliza cookies para melhorar a sua experiência.