Ex-jornalista da Globo, Sérgio Chapelin revelou sua identificação com ideais de esquerda, embora nunca tenha sido militante. O comunicador destacou que sua origem humilde e mencionou que votou em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas duas primeiras ocasiões em que teve oportunidade.
O ex-âncora do Jornal Nacional optou por não apoiar candidatos de nenhum dos lados políticos, aguardando alguém que o represente verdadeiramente. “Minha situação me obrigou a estar do lado da classe trabalhadora. Sou um cara de origem humilde, meus pais nunca tiveram casa própria, não recebi herança. Nunca fui militante, mas sempre fui uma pessoa de esquerda. Votei a primeira e a segunda vez no Lula, depois não votei em ninguém de um lado ou de outro. Estou esperando um candidato”, disse.
Sérgio Chapelin relembrou os desafios durante o regime militar no Brasil, quando trabalhava na Rádio JB sob censura constante. “Falo com os meus netos que a ditadura não era brincadeirinha, não. Eu trabalhei na Rádio JB com censor do meu lado no estúdio. Dava o texto para ele, e depois dele aprovar eu podia ler o noticiário. Não podia dormir no ponto, porque durango kid pegava”, afirmou para a Veja.
O ex-jornalista da Globo afirmou que mantém uma rotina simples e tranquila, caminhando na praia de Copacabana pela manhã, enquanto sua esposa rema em uma canoa havaiana. Eles escolheram morar em Copacabana pela beleza do local. “Todo dia caminho na praia enquanto minha mulher rema de canoa havaiana no Posto 6. Escolhemos morar em Copacabana porque a Regina diz que é a praia mais linda que existe. Depois de caminhar, fico pesquisando no iPad. Após o jantar, vejo um filmezinho ou uma série. Agora estou assistindo à série policial sueca A grande descoberta. E ponto. Estou feliz da vida. Já ralei bastante”, disse.
Refletindo sobre o jornalismo atual, Sérgio Chapelin sinalizou que teria dificuldades em se adaptar ao estilo moderno, que exige maior improvisação e versatilidade. “As pessoas improvisam muito, têm muita liberdade e têm que ter informação e formação muito grande. Passei a minha vida lendo textos. Hoje o jornalista de televisão tem que ser mais versátil”, contou.