BLACKFACE

Fernanda Torres pede perdão por ter se ‘fantasiado’ de negra em programa da Globo

Indicada ao Oscar falou com a imprensa americana sobre caracterização racista de personagem no passado

Montagem de fotos de Fernanda Torres no Globo de Ouro e praticando blackface em quadro do Fantástico
Vencedora do Globo de Ouro, Fernanda Torres praticou blackface em quadro do Fantástico (Foto: Reprodução/Instagram/TV Globo)

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Fernanda Torres se tornou alvo de uma polêmica que tem circulado na imprensa norte-americana nas últimas horas. Indicada ao Oscar de Melhor Atriz por Ainda Estou Aqui (2024), a atriz pediu perdão por ter feito blackface em um quadro exibido no Fantástico há 17 anos. Ela comentou sobre a importância desse tipo de conteúdo não ser mais aceito nos dias atuais, mas destacou que essa discussão não era tão forte e disseminada na época em que a atração foi ar.

Em entrevista ao portal Deadline, um dos tabloides mais conhecidos dos Estados Unidos, a artista pediu desculpas por sua performance. “Há quase 20 anos, eu aparecia em blackface em uma esquete de um programa de TV brasileiro. Eu sinto muito por isso. Estou fazendo esse comunicado, pois creio ser importante tocar nesse assunto e evitar mais dor ou confusão”, iniciou ela.

“Na época, apesar dos esforços dos movimentos negros, a consciência sobre a história do racismo e o simbolismo do blackface ainda não eram tão conhecidos. Graças a um melhor entendimento cultural e feitos importantes, mas ainda insuficientes, de avanço nesse século, é claro hoje que nosso país e em todo o mundo que o blackface é inaceitável”, continuou.

Por fim, Fernanda Torres afirmou que é importante combater o racismo em todas as suas esferas. “Essa é uma conversa importante que precisamos continuar tendo para prevenir a normalização de práticas racistas. Enquanto uma artista e cidadã global, e de coração aberto, me mantenho atenta e comprometida com a busca por mudanças vitais para que possamos viver em um mundo livre de desigualdades e racismo”, concluiu.

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Vale ressaltar que o blackface era uma prática disseminada em teatros dos Estados Unidos principalmente em meados dos anos 1800. A prática consiste em um ator branco se caracterizar como alguém negro, reforçando traços e estereótipos em busca do humor. Na esquete protagonizada por Fernanda Torres, a atriz interpretava diferentes personagens por episódio ao lado de Evandro Mesquita. No episódio em questão, ela interpretava uma empregada doméstica negra e uma patroa, que questiona se a pessoa mais importante da família é a mãe ou o pai.

O quadro mostrava a rotina corrida de Solange, uma dona de casa que acorda cedo, malha, cuida dos filhos, trabalha, come bem para cuidar da aparência, enfrenta o machismo dos colegas de trabalho e ainda estuda para o mestrado. Ao chegar em casa, ela ainda cuida novamente dos filhos e prepara o jantar do marido que acabou de voltar de um happy hour. Em determinado momento, a filha de Fernanda Montenegro surge como Dalva, uma empregada doméstica negra, que diz que tem os mesmos problemas de Solange.

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