Autora de novelas de sucesso da Globo, Gloria Perez revelou por que decidiu abrir seus arquivos pessoais para o documentário sobre o assassinato sua filha, Daniella (1970-1992). O serviço de streaming HBO Max, da WarnerMedia, lançará no próximo ano uma série documental sobre a história da atriz, assassinada em 1992. Em entrevista ao podcast Novela das 9, do Gshow, a autora afirmou que só liberou os registros porque a diretora da produção, Tatiana Issa, se comprometeu a ser fiel aos autos do processo que levaram à prisão de Guilherme de Pádua e Paula Nogueira Thomaz, mulher dele na época.
“Você não pode impedir que histórias públicas sejam contadas. Então, já que alguém, em algum momento, iria fazer essa história, prefiro que façam com esta seriedade, se atendo ao que está no processo. Foi por isso que abri meu arquivo para eles. É um compromisso escrito e com autorização da Globo”, disse a escritora. Gloria Perez falou também sobre sua expectativa em reação ao documentário. “Espero que faça justiça à minha filha”, disse ela. A autora de O Clone também afirmou que não gostaria que a história fosse contada por atores: “Jamais admitiria. Essa história é para documentário”.
“Essas pessoas não foram condenadas à toa. Elas foram condenadas por homicídio duplamente qualificado porque existiram provas suficientes para que isso acontecesse. Só que essa narrativa nunca foi feita. Aliás, de uma maneira geral, ela nunca é feita em caso nenhum. Depois do julgamento, a imprensa não se interessa mais por aquele caso”, finalizou.
Daniella Perez foi morta em 28 de dezembro de 1992 pelo ator Guilherme de Pádua, com quem fazia par romântico na novela De Corpo e Alma, e por sua então esposa, Paula Nogueira Thomaz, que armaram uma emboscada para lhe matar com 18 punhaladas, que perfuraram o pescoço, pulmão e coração. Pádua estava inconformado por ela não ter correspondido as suas investidas, feitas na tentativa de conseguir mais espaço na telenovela da Globo, e teve um ataque de fúria por ter tido a sua participação na trama reduzida na semana que antecedeu o crime.
Paula, por sua vez, tinha ciúme das cenas de seu marido com a filha de Gloria Perez. O casal foi julgado e condenado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, e cumpriram apenas seis dos 19 anos da condenação em regime fechado. Em maio de 2002, os dois foram condenados a indenizar Glória e o então marido de Daniella, o ator Raul Gazolla, em 500 salários mínimos (cerca de R$ 440 mil cada) e obrigados a arcar também com o pagamento das despesas do sepultamento e do funeral.