Wagner Moura está prestes a mostrar para o público um trabalho inédito e cheio de emoção. O ator é um dos protagonistas da série Ladrões de Drogas, da Apple TV+, e interpreta Manny, um delinquente que finge ser policial ao lado do amigo de infância, Ray (Bryan Tyree Henry), para roubar entorpecentes e conseguir dinheiro fácil, mas tudo muda quando eles invadem uma casa e descobrem se tratar de um cartel de tráfico de drogas em Filadélfia, nos Estados Unidos. O artista avaliou seu novo personagem como o “mais vulnerável” que já fez e celebrou a oportunidade de poder se distanciar dos outros trabalhos passados.
Ao Notícias da TV, o brasileiro contou que Manny mostrará uma carga emocional profunda ao longo dos oito capítulos da série. “Ele é um canal de emoção, todas as cenas dele são pura emoção. Uma coisa que eu adoro nessa série é que você vê um cara preto e um latino envolvidos em uma questão de drogas –o que, a princípio, é um clichê social e estético, mas você vai conhecendo os personagens e vendo que eles não são nada, não são bons nisso e não querem estar naquilo”, declarou. “Sobretudo o Manny. Ele só quer escapar daquela situação, só quer sair dali. É trágico porque ele que, para escapar desse ciclo de violência, tem que, de certa forma, escapar de Ray e da relação que eles têm. Até então, ele era a única família que o Manny tinha”, continuou.
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Wagner Moura também diferenciou o bandido de Pablo Escobar, que interpretou na série Narcos (2015-2017), e do capitão Nascimento, de Tropa de Elite (2007). “Eu já fiz Escobar, que é um personagem que queria estar ali. Ou o Nascimento, que é um personagem que estava de frente naquela guerra às drogas, e o lugar dele era ali, apesar da maluquice toda. Manny não quer estar ali. Ele não quer estar nesse lugar, ele quer tudo menos aquilo, mas não consegue sair”, afirmou. “É um personagem pelo qual eu tenho muito amor. Tenho muito dó dele, e me enternece muito o coração quando penso em Manny”, avaliou.
Wagner Moura contou que levará entretenimento para o público ao mesmo tempo que abordará a vivência dos guetos estadunidenses. “Eu parto do pressuposto de que tudo é político”, declarou ele. “Se você assiste a uma série que tem um homem negro e um latino envolvidos numa questão de tráfico de drogas, em que eles tentam desesperadamente sair daquela situação e não conseguem, aquilo vai gerar diferentes leituras. Não sei se é o objetivo principal de quem fez, o Peter Craig, mas eu parto do pressuposto de que tudo tem uma leitura. Se você pensar sobre você mesmo, já é político, eu acho”, analisou.
“Eu acho que você tem que usar as ferramentas que o cinema e a TV te dão para atrair o espectador para ver uma coisa, e aí se ele sair daquilo pensando em algo é um ganho. Se ele sair com entretenimento só, também valeu, mas eu acho muito difícil isso acontecer”, disparou.
“Às vezes o cara tem um primo que emigrou e foi preso, mandado de volta. Ou tem uma relação familiar que não é das melhores. Essa série discute muito as diferentes formações familiares também. Ray é criado por uma mulher branca que não é mãe dele, Manny só tem o Ray de família. Aí ele tem a Sherry [Liz Caribel, namorada do personagem de Wagner na série], e o tempo todo eles querem proteger suas famílias”, declarou. “Tem tantas coisas acontecendo, alguma vai pegar”, concluiu.
Ladrões de Drogas estrará no dia 14 de março, próxima sexta-feira, na plataforma Apple TV+.