Você pode não conhecer o seu trabalho esportivo, mas certamente já ouviu o seu nome por conta de alguma propaganda icônica do Shoptime (1995-2024). Internacionalmente conhecido como um dos boxeadores mais bem-sucedidos de toda a história do esporte, o boxeador George Foreman morreu nesta sexta-feira, 21, aos 76 anos. A notícia da morte do atleta, que é mais conhecido no Brasil por conta do eletrodoméstico que leva o seu nome, foi confirmada pelos familiares do pugilista nas redes sociais.
“Nossos corações estão partidos. Com profunda tristeza, anunciamos o falecimento do nosso amado George Edward Foreman Sr., que partiu pacificamente em 21 de março de 2025, cercado por entes queridos. Um pregador devoto, um marido dedicado, um pai amoroso e um orgulhoso avô e bisavô, ele viveu uma vida marcada por fé inabalável, humildade e propósito. Um humanitário, um atleta olímpico e duas vezes campeão mundial dos pesos pesados”, iniciou o comunicado oficial publicado nas redes sociais do ex-atleta.
“Ele era profundamente respeitado — uma força para o bem, um homem de disciplina, convicção e um protetor de seu legado, lutando incansavelmente para preservar o seu bom nome — para sua família. Somos gratos pela demonstração de amor e orações e pedimos gentilmente privacidade enquanto honramos a vida extraordinária de um homem que tivemos a bênção de chamar de nosso”, encerrou o anúncio divulgado na página do Instagram mantida por George Foreman.
Legado de George Foreman vai além do título mais velho do boxe
George Foreman começou a escrever seu nome na história do boxe muito antes de tornar-se o campeão mundial mais velho da categoria peso-pesado. Medalhista de ouro nas Olimpíadas da Cidade do México, em 1968, o então jovem de 19 anos já demonstrava a força e a agressividade que marcariam sua carreira nos ringues profissionais. Dois anos depois da conquista olímpica, Foreman iniciou sua trajetória profissional com doze vitórias em 1969 — onze delas por nocaute.
Sua ascensão foi rápida: em 1973, derrotou Joe Frazier em Kingston, na Jamaica, e conquistou o cinturão mundial ao derrubar o adversário seis vezes em apenas dois rounds. O triunfo histórico, exibido pela primeira vez na televisão pela HBO, imortalizou a frase do narrador Howard Cosell: “Frazier vai à lona!”. Em seu primeiro reinado, George Foreman defendeu o título com vitórias contundentes contra adversários como José Roman e Ken Norton. Mas o embate mais emblemático daquela fase viria em 1974, quando enfrentou Muhammad Ali no Zaire, na luta conhecida como The Rumble in the Jungle.
Foreman, invicto até então, foi surpreendido pela estratégia de Ali, que usou as cordas para resistir aos golpes do campeão e venceu por nocaute no oitavo round. Ele se afastou dos ringues por uma década, mas retornou nos anos 1990, já com um novo visual e personalidade mais serena. Em 1994, aos 45 anos, nocauteou Michael Moorer no 10º round e recuperou o cinturão mundial — feito inédito para alguém de sua idade na categoria. O recorde permanece até hoje.
Sua despedida do boxe aconteceu em 1997, em uma luta polêmica contra Shannon Briggs, decidida a favor do adversário por pontos. Ao longo da carreira, George Foreman somou 76 vitórias em 81 lutas, sendo 68 por nocaute. Foi eleito um dos 25 melhores pugilistas dos últimos 80 anos pela revista The Ring e o 20.º maior da história pela ESPN. Fora dos ringues, Foreman construiu uma imagem carismática. Tornou-se pastor evangélico, empresário e rosto de produtos populares na televisão americana.
O George Foreman Grill, grelha que levava seu nome, vendeu mais de 100 milhões de unidades. Chamado de “Big George”, o ex-boxeador deixa dez filhos. Cinco deles foram batizados com seu nome — George Jr., George III, George IV, George V e George VI.