Wagner Moura criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao dizer que seu filme, Marighella, sofreu censura da atual gestão do governo federal. O diretor do longa disse em entrevista coletiva que a nova direção Ancine (Agência Nacional de Cinema) prejudicou o desenvolvimento dos trabalhos. “Não tenho a menor dúvida de que o filme foi censurado”, afirmou o artista.
“Era uma época na qual [Jair] Bolsonaro falava em filtrar e regular a Ancine. O Crivella [ex-prefeito do Rio de Janeiro] cancelou HQs de dois personagens homens beijando na boca, os filhos do presidente comemoram”, relatou Moura em conversa com veículos de imprensa. Para ele, o governo federal tentou de tudo para evitar que Marighella fosse exibido nos cinemas do Brasil.
Moura também criticou Andrea Barata Ribeiro, produtora da O2 Filmes. Na visão dele, a profissional não ajudou a solucionar os problemas que ele considera censura. “Durante 18 anos, a Ancine lutava ao lado dos produtores. Há dois, ela foi desmontada, e isso já é uma forma de censura. Tiraram a antiga diretoria e colocaram outra que não ajuda. Não foi possível resolver alguns problemas corriqueiros de produção por censura. Teve censura, sim. A todos os filmes brasileiros, não apenas contra Marighella”, disparou.
Primeiro filme dirigido por Wagner Moura, Marighella estreia 52 anos após o assassinato de Carlos Marighella pela Ditadura Militar Brasileira, em 1969. O longa conta a história dos últimos anos do guerrilheiro, interpretado por Seu Jorge, que liderou um dos maiores movimentos de resistência contra a ditadura militar no Brasil. No elenco, estão Seu Jorge (Marighella), Adriana Esteves (Clara), Ana Paula Bouzas (Maria), Bruno Gagliasso (Lúcio), Bella Camero (Bella), Herson Capri (Jorge Salles), Humberto Carrão (Humberto), Jorge Paz (Jorge) e Luiz Carlos Vasconcelos (Branco).