Podemos até dizer que seja algo da geração que nascemos, mas ao assistir uma novela temos que esperar um dia para saber o desfecho, enquanto em uma série essa espera pode ser de uma semana ou até mais. Quando a Netflix chegou, algo mágico veio com ela: nós temos controle do que queremos ver, sem publicidade, a hora que quisermos e sem propagandas. E quando o streaming começou a lançar seus conteúdos originais, veio a era das maratonas.
Agora em 2021, há novos serviços que brigam diretamente com a Netflix e adotam outra prática de distribuição de seus conteúdos originais, liberando semanalmente os episódios das séries. O Prime Video, com seu sucesso The Boys, lançou três episódios da segunda temporada e os outros foram exibidos semanalmente. WandaVision, primeira série da Marvel Studios para o Disney+, também tem episódios semanais. O que ambas tem em comum? São fortemente criticadas pela sua maneira de exibição.
Há prós e contras nas duas maneiras de exibição. A ideia de ter toda a série divulgada de uma vez faz com que os assinantes possam assistir da maneira que se sentem confortáveis, mas pode facilmente ser esquecida no meio de outros lançamentos. Bridgerton, por exemplo, foi lançada em dezembro de 2020 e meses depois, há poucas pessoas que ainda falam da série. A ideia da exibição semanal é manter o suspense entre um episódio e outro e guardar surpresas, assim deixando os espectadores presos ao streaming, e pagando por mais de um mês para terminar de ver o conteúdo. Mas, claro, há aqueles que evitam ver justamente pelo fato de não ter toda a temporada de uma vez.
E ainda há um problema bem maior: atualmente as séries são adicionadas aos streamings sempre meia noite no fuso da Califórnia e, atualmente, há uma diferença de cinco horas com o fuso de horário de Brasília. Tem quem acorde nesse horário para assistir o conteúdo e logo inundam a internet com spoilers. Imagine você abrir sua rede social e dar de cara com uma grande aparição ou a morte de um personagem? Eu que vos escreve prefiro a estratégia semanal de exibição, tendo mais tempo para digerir todas as informações que foram jogadas e deixando a experiência mais completa, assim podendo conversar com um amigo sobre o que aconteceu e criar teorias. Mas, sei que essa briga entre Maratona x Semanal é algo que vai longe.
Mateus Ribeiro é engenheiro por formação, e nas horas vagas se diverte maratonando séries e assistindo programas de origem duvidosa da televisão brasileira. No TV Pop, escreve semanalmente sobre as séries produzidas pela indústria norte-americana. Converse com ele pelo Twitter @omateusribeiro. Leia aqui o histórico do colunista no site.