A ESPN afastou seis jornalistas após críticas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no programa Linha de Passe, devido a pressões da entidade. A mesa do programa, na segunda-feira (07), contou com Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares, além de Dimas Coppede, todos afastados.
Durante a discussão, os jornalistas adotaram um tom crítico em relação às práticas do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. A controvérsia começou depois da publicação de uma reportagem da revista Piauí, que revelou que parlamentares, artistas e familiares do presidente foram beneficiados com viagens pagas pela CBF para a Copa do Mundo de 2022 no Catar.
Tais viagens incluíam hospedagem em hotéis de luxo, ingressos para os jogos e cartão corporativo liberado. No mês passado, Ednaldo Rodrigues foi reeleito por aclamação, recebendo apoio de todas as Federações de Futebol do País e dos clubes das Séries A e B.
Na edição de domingo do Linha de Passe, Gian Oddi lamentou a falta de atenção da mídia esportiva às denúncias sobre a gestão da CBF e afirmou que repercutiria no programa seguinte. “Manifestei ontem, no Linha, meu inconformismo com a pouca repercussão da matéria da Revista Piauí sobre a gestão da CBF. Muitos reforçaram que a própria ESPN pouco repercutiu (eu mesmo afirmei isso). Pois bem: informo que o Linha de Passe de hoje, 22h, será todo dedicado ao tema”, comentou o jornalista em sua conta nas redes sociais.
Outro lado
Segundo o UOL, a CBF teria ligado para a emissora pedindo providências. A entidade negou o ocorrido e se pronunciou. “Não procede. A CBF respeita a liberdade de imprensa com responsabilidade e não pede interferências de nenhum tipo na linha editorial de veículos de comunicação. Qualquer narrativa diferente desta é mentirosa e leviana”, declarou.