Luiza Zveiter, repórter do Mais Você, da Globo, construiu ao longo dos anos uma relação mais saudável com o próprio corpo. A jornalista passou por uma cirurgia bariátrica em 2001, aos 18 anos, após sucessivas tentativas frustradas de emagrecer somente com dietas e exercícios. Na época, ela pesava 136 kg.
A decisão, no entanto, quase foi revista por seu próprio médico. “Da primeira consulta até operar, ganhei 3 kg. Fui para 139 kg. O médico disse: ‘Você não pode operar porque não está com cabeça para isso’. Aí fui a psicólogos, e operei de forma muito consciente e segura, dentro dos riscos que uma cirurgia tão grande tem”, relembrou a jornalista da Globo em conversa com a Quem.
Com o passar dos anos, Luiza Zveiter diz que sua percepção sobre alimentação e autocuidado também evoluiu. “Antes, quando queria perder peso, não me permitia muito. Hoje, entendo que ou você se permite com consciência ou não se permite. Tudo que é com equilíbrio funciona”, avaliou. “Eu faria a bariátrica de novo, mas com a consciência que tenho hoje — não com a de quando tinha 18 anos. Tive um reganho de 19 kg, mas continuo dizendo que obesidade é uma doença. Tenho muito orgulho de onde cheguei”, afirmou.
Quando estreou na TV como repórter de jornalismo, já havia realizado a cirurgia e pesava 70 kg. Pouco tempo depois, passou pela GloboNews, e foi nesse período que veio o reganho de peso. “Não estava obesa, estava ‘cheinha’. Nem gosto desse termo, mas parecia que eu estava inchando. Eu não me preocupava com a imagem na TV, até que passei por uma situação que virou uma chavinha na minha cabeça”, contou.
Apesar da mudança de postura, a repórter da Globo mantém parte da leveza que conquistou diante das câmeras. “Não uso maquiagem de TV e vou trabalhar com meu cabelo natural”, contou ela, que apareceu com os fios ainda molhados durante a entrevista em vídeo.
A jornalista diz estar feliz com o corpo e a rotina, mas reconhece um incômodo: a flacidez. “Não é paranoia. Conheço pessoas que foram magras a vida toda e dizem que têm ‘uma coisinha’. Eu tenho várias cicatrizes, muitas estrias, muita celulite — mas isso não me incomoda. O que me incomoda é o interno da coxa, que tem uma flacidez grande. Já ouvi de inúmeros médicos que é caso cirúrgico”, explicou. “É como era o meu braço, que batia ao movimentar e podia assar. Esteticamente, olho e não acho bonito, mas me dá preguiça de operar”, disse.
