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BASTIDORES

Crescimento da Jovem Pan liga sinal de alerta na direção da GloboNews

Foto da apresentadora Christiane Pelajo, da GloboNews
Christiane Pelajo é alvo de modificações na GloboNews (foto: Ramón Vasconcelos/TV Globo)

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A audiência dos primeiros dias da Jovem Pan News tem deixado os executivos da GloboNews preocupados. Nos corredores do canal de notícias, o comentário unânime é de que ninguém esperava que a novata fosse contar com uma aderência tão grande dos telespectadores justamente em um momento em que os números das emissoras do gênero está em queda, muito por conta do retorno da vida normal e do arrefecimento da temperatura do noticiário. Para a líder do setor, a nova vizinha já dá sinais de que poderá se tornar um problema difícil de ser resolvido.

Internamente, havia a expectativa de que o novo canal de notícias fosse apenas mais um delírio midiático de Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, e que os números da empresa nas plataformas digitais eram inflados por robôs. A julgar pelos resultados de audiência da primeira semana, a Jovem Pan realmente tem público — e consideravelmente acima do que o setor de pesquisa de mercado da Globo poderia prever. A novata, mesmo com condições técnicas precárias, roubou uma fatia de público da GloboNews no horário nobre, e não raramente chega a liderar com a exibição do controverso Os Pingos nos Is e da edição noturna do telejornal Top of The Hour.

Líder crônica das redes noticiosas do país, o canal de notícias da Globo passa longe de ser ameaçado no período da média-dia, aferida entre 7h e meia-noite. No entanto, isso não torna a situação menos periclitante: até o final de outubro, era corriqueiro que programas da emissora ultrapassem a barreira do 1,0 ponto no Painel Nacional de Televisão, índice expressivo para o mercado da televisão por assinatura. A marca, porém, ainda não foi atingida por nenhuma atração transmitida em novembro, e as derrotas para a Jovem Pan tem ficado cada vez mais frequentes, e estão se espalhando por diversas faixas horárias.

Um levantamento obtido pelo TV Pop mostra que a maior parte dos momentos de liderança da Jovem Pan aconteciam durante o horário nobre, entre 18h e meia-noite. Desde o início da semana, a novata também começou a ganhar capilaridade durante a manhã e a tarde. O Jornal da Manhã foi líder de audiência entre os canais de notícias por mais de uma hora na quarta (3) e, segundo os dados prévios de quinta-feira (4), o canal chegou a ocupar a primeira colocação também na faixa vespertina, enquanto a GloboNews exibia o Estúdio i e a Edição das 16h.

Para os executivos da Globo, a Jovem Pan poderá se tornar um problema ainda maior se fizer ajustes pontuais em sua programação. Em uma tentativa de qualificar seu público, a emissora exibe dois programas diários de economia no meio da tarde — e ambos costumam registrar traço de audiência. Já é evidente, porém, que o que chama a atenção dos telespectadores no novo canal é a gritaria e a polêmica, ao ponto de até mesmo apresentadores se envolverem em confusão com os seus convidados. E a líder do setor não está interessada em responder na mesma moeda.

Nas próximas semanas, haverá uma reunião para discutir mudanças na programação vespertina da GloboNews. Um dos cenários mais prováveis para a faixa horária envolve a criação de um novo telejornal, com perfil mais crítico e analítico, para ocupar o horário do Edição das 16h — comentaristas tem sido convocados para gravar pilotos como âncoras, com o claro objetivo de trazer caras novas para os telespectadores do canal de notícias. Em uma pesquisa recente, boa parcela dos assinantes reclamou do excesso das mesmas caras fazendo a mesma coisa durante todo o dia.

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