O Big Brother Brasil 25 não deixará saudades no público — e menos ainda na cúpula da Globo: a emissora até pode tentar dizer que o programa bateu recordes de arrecadação financeira, mas a verdade é que a temporada ficará marcada por uma sequência de outros recordes. E todos eles são negativos. Refém da crise generalizada enfrentada pelo horário nobre do canal, a atração não conseguiu ter boa performance por conta própria e chegou ao fim sem nunca ter superado a barreira dos 20 pontos de ibope na Grande São Paulo, algo sem precedentes na história do formato.
Nem mesmo a final do reality show, que outrora sinônimo de altíssimos índices de audiência até mesmo em temporadas previsíveis, conseguiu escapar da sina dos recordes negativos. Os dados preliminares de ibope da principal metrópole do país, obtidos pela reportagem do TV Pop com fontes do mercado, indicam que a consagração da professora de dança Renata Saldanha como a mais nova milionária do país marcou apenas 17,1 pontos de média, índice que não representa sequer a sintonia de metade dos televisores da Grande São Paulo entre 22h45 e 0h35.
O número obtido pelo desfecho da 25ª temporada é, de longe, o pior dentre todas as finais do Big Brother Brasil. Até aqui, o pior desempenho de um episódio derradeiro da atração era de 19,7 pontos da temporada de 2023, que terminou com a vitória da médica Amanda Meirelles — naquela ocasião, foi a primeira vez que uma final do reality show mais relevante e visto do Brasil ficou abaixo de 20 pontos de média. Aquela edição, no entanto, ainda conseguiu superar a barreira dos 20 pontos em 27 episódios, encerrando seu ciclo com uma média de 18,8 pontos.
Além da pior final de toda a história do BBB, a temporada da campeã Renata Saldanha entrou para a história do formato holandês com outros dois feitos: é a primeira vez que nenhum episódio do programa conseguiu alcançar 20 pontos de média. O melhor desempenho deste ano, de 19,7 pontos, foi obtido na noite de 4 de março, com a eliminação da trancista Camilla Maia. A média sequer supera o desempenho global — ou seja, a média cravada em todos os dias de exibição — de 23 das 25 edições do Big Brother Brasil exibidas até o momento da publicação deste texto.
BBB 25 foi a temporada menos vista da história do programa
Caso a primeira parte deste texto não tenha deixado suficientemente explícito, é hora de ir direto ao ponto: o Big Brother Brasil 25 se despediu como a edição menos assistida (com muita folga) do reality show. Nem mesmo um milagre na consolidação dos índices da final fará com que a temporada consiga sair de 16,2 pontos de média geral, número que simboliza uma queda de 21% quando os dados são confrontados com o ano anterior, em que o programa consagrou o motorista de aplicativo Davi Brito como milionário.
A fuga de mais de um quinto dos telespectadores fica ainda mais estarrecedora quando comparamos os números do BBB com a atual realidade da TV do país. O programa, por exemplo, perdeu mais que um SBT de audiência: cerca de 617.322 pessoas por minuto, apenas na Grande São Paulo, deixaram de assistir ao Big Brother em apenas um ano — a emissora fundada por Silvio Santos (1930-2024) só tem mais público do que isso aos domingos. Também é possível dizer que a atração perdeu quase 11 RedeTVs (ela tem média mensal de 59.793 pessoas) de um ano para o outro.
Os dados de audiência apresentados nesta reportagem são prévios e estão sujeitos a alterações, para mais ou para menos, na consolidação dos índices, que acontecerá apenas no início da tarde desta quarta, dia 23 — como habitual, o TV Pop revelará os números definitivos tão logo possível. Na Grande São Paulo, cada ponto de ibope simboliza a sintonia de 77.488 domicílios e 199.313 indivíduos na respectiva emissora ou programa.
A seguir, confira o histórico de audiência das finais do Big Brother Brasil:
