A Globo continua promovendo cortes em seu departamento de Jornalismo. Dessa vez, a emissora demitiu o jornalista Sandro Dalpícolo, que produzia reportagens especiais para o Globo Repórter, além de ser âncora e editor-chefe do Boa Noite Paraná, telejornal local equivalente ao SP2. Ele trabalhava na líder de audiência desde outubro de 1985 e era considerado um dos maiores nomes da história do telejornalismo de Curitiba, ao ponto de ter escrito um livro sobre a trajetória das emissoras no sul do país, publicado em 2010, ano em que a RPC festejou seu 50º aniversário.
O jornalista também fazia parte do rodízio de apresentadores do Jornal Nacional há dois anos. A sua última aparição no comando do noticioso mais visto do Brasil foi em 14 de fevereiro de 2020, pouco antes da Globo suspender por tempo indeterminado a presença de âncoras que residem fora do Rio de Janeiro, por conta das restrições de viagens provocadas pela crise sanitária. Desde então, ele se dedicava exclusivamente ao noticiário regional da RPC, afiliada da emissora no Paraná — o âncora comandou o Boa Noite Paraná pela última vez nesta terça-feira (30).
O TV Pop apurou que a Globo e Sandro Dalpícolo chegaram a um acordo consensual para o encerramento do contrato antes de sua data original. Internamente, comenta-se que a motivação para o distrato foi a necessidade de reduzir os custos da parceira paranaense da rede. Para a RPC, não faria sentido insistir na manutenção de um nome tão caro apenas para chefiar e ancorar um jornal local, que não depende de um nome conhecido para ter bons índices de audiência. Os telejornais locais da afiliada são líderes com folga em suas faixas, independentemente dos apresentadores.
A dispensa de Dalpícolo é a quarta baixa no núcleo do Globo Repórter em menos de uma semana. Na sexta-feira (26), a emissora dispensou os serviços da repórter Isabela Assumpção, que estava no canal há quatro décadas. Na segunda-feira (29), foi a vez de Francisco José e Renato Machado, que também vinham se dedicando exclusivamente ao formato de grandes reportagens. Os quatro demitidos tem algo em comum: muito tempo de casa e altos salários, que esbarram na atual política da empresa de valorizar nomes mais jovens e com rendimentos inferiores.