Augusto Nunes concedeu uma entrevista ao podcast Inteligência Ltda. e falou sobre o fatídico momento em que brigou fisicamente com o escritor Glenn Greenwald em novembro de 2019. O jornalista revelou que não sabia da presença do americano no programa Pânico, da Jovem Pan.
“Foi um tabefe. Um tabefe é pedagógico e o tapa pega ali e faz um barulho grande. Tabefe não machuca, não que eu não fosse tão generoso a ponto de medir… foi o que eu pude fazer. Me chamaram para uma entrevista e eu não sabia que o Glenn estaria presente. Passou a moça que era produtora e disse que eu precisava ir no dia seguinte que o Tutinha havia pedido. No elevador, eu encontrei o Tutinha que me perguntou o que eu estava fazendo ali e eu disse: ‘vim porque você mandou’ e ele disse que não tinha mandado. Entrei no estúdio e vi o Glenn e depois eu fui saber que ele também não sabia que eu iria”, começou o comentarista.
O âncora de Os Pingos nos Is afirmou que tentou mudar de lugar, mas que Emílio Surita, apresentador do Pânico, ignorou. “Me deixaram colado a ele. Eu fiz um sinal para o Emílio [Surita] me colocar do outro lado e ele fez cara de paisagem. O Pânico adora uma bela discussão, mas eu acho que discussão é oral. Eu não percebi que o Brasil não aceita brincadeira e eu fiz uma brincadeira dizendo como o marido [David Miranda] do Glenn fica trabalhando como deputado em Brasília e o Glenn fica só checando coisas dos hackers da lava jato… Quem toma conta das crianças? Eu falei que daqui a pouco o juizado de menores iria ficar preocupado. Você acha que eu tô querendo tirar a criança de alguém, porra? Tem que ser muito brasileiro e estúpido para achar que todo mundo tá nessa aí e eu estava brincando”, afirmou.
“Ele escreveu uma nota me chamando de covarde e eu escrevi falando que não sabia o significado de ‘coward’, mas no Brasil, covarde é coisa grave. Eu nunca vi uma acusação de covarde acabar bem (…). Na primeira declaração [na Jovem Pan], ele começou com essa história de covarde. Se você pegar o vídeo, eu falei cinco vezes para ele não falar isso. Na quinta ou eu faria o que eu fiz e repetiria um milhão de vezes com cem anos ou com dez anos. Se eu saísse de lá civilizadamente ele ia dizer: ‘tá vendo como é covarde?’ ou os telespectadores diriam”, declarou Augusto Nunes.
O jornalista afirmou que a justificativa feita depois do “tabefe” não foi verdadeira da parte dele. “É um negócio que eu não sou, é uma ofensa grave para mim. Eu reagi fisicamente o que é perfeitamente legítimo. Vamos parar de frescura, eu cresci vendo briga. Agora todo mundo é pacífico? O homem não é pacífico quando provocado. Eu reagi a uma provocação e foi o único texto que eu escrevi e não acreditava naquelas desculpas, aquela justificativa, não era bem desculpas. Foi um pedido da Jovem Pan que não queria processo. Eu saí de lá em paz. Acho que foi pedagógico sim [o tapa]. Eu não me arrependo, mas tomaria mais cuidado com o que escrevi”, concluiu.