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ESTREIA HOJE

Participamos de 1001 Perguntas, o novo programa da Band (e perdemos)

Gabriel de Oliveira e Stefani Sousa na gravação de 1001 Perguntas
Gabriel de Oliveira, editor-chefe do TV Pop, passou vergonha em 1001 Perguntas (foto: Reprodução/Band)

Não é difícil imaginar que todos os holofotes na noite de hoje estarão virados — e com certa razão — para as estreias de Faustão na Band e da nova edição do Big Brother. Será um dia daqueles… mas, além dessas duas atrações, outro projeto ambicioso estreará na noite desta segunda-feira (17). É o game 1001 Perguntas, que marcará a volta de Zeca Camargo ao comando de programas regulares após quase dois anos comandando apenas projetos especiais, como Música na Band e Zeca Pelo Brasil. A reportagem do TV Pop participou da coletiva de imprensa do lançamento do novo formato, baseado no argentino ¿Quién sabe más de Argentina?, transmitido pela estatal TV Pública, e acabou fazendo parte de uma gravação teste de um dos quadros da atração.

Antes de relatar minha experiência na frente das câmeras, tenho que deixar registrado a minha apreensão nos dias que antecederam o lançamento do programa. Foi o primeiro evento presencial desde o longínquo 9 de março de 2020, data em que a CNN Brasil organizou um megaevento na Oca do Ibirapuera para marcar o início oficial das operações. Desde então, muita coisa mudou, e enfrentamos uma crise sanitária sem precedentes no país. Longe dos mais de 400 convidados da festa do canal de notícias, a Band optou por convidar apenas seis jornalistas para ir até o canal na coletiva de imprensa. Prevenida, a emissora exigiu o comprovante de vacinação dos presentes, assim como informou que todos nós seriamos submetidos a testes PCR antes de ir para os estúdios.

Mesmo sem frequentar aglomerações há quase dois anos, tremia mais do que tudo enquanto o resultado do famigerado exame não era disponibilizado pela enfermeira da empresa. Temia que a minha enésima crise de rinite no mês pudesse ter sido confundida com outra coisa, que eu fosse testar positivo e que a emissora fosse me mandar de volta para a casa dentro de uma bolha, tipo aquelas que a gente vê em filmes. Ok, exagerei na parte da bolha. Mas eu realmente fui ali preparado para o pior. Felizmente, quebrei a cara. Devidamente negativado, finalmente fui levado para uma sala de espera no lobby principal do canal, em frente aos estúdios da BandNews TV, para aguardar o início do evento.

Poucos minutos depois, fui direcionado aos estúdios junto com os outros cinco jornalistas convidados: durante pouco mais de uma hora, Zeca Camargo foi sabatinado por nós e pelos convidados a participar do evento virtualmente. Sem filtros, Zeca não fez questão alguma de disfarçar a felicidade em estar se reinventando depois de tanto tempo e demonstrou estar empolgado com a sua mais nova empreitada. Ele e a jornalista Carla Bigatto, uma espécie de “voz da consciência”, fazem uma dupla que até causa estranhamento no início, mas que acabou sendo um grande acerto da Band. Ácida e com sacadas rápidas, Carla serve para dar cortadas maravilhosas no colega — sempre em tom de brincadeira — e ajuda a colocar fogo na disputa entre os participantes do formato.

Depois da sabatina com o ex-apresentador do Fantástico, fomos convidados para participar de uma das brincadeiras do 1001 Perguntas. A emissora, é claro, não perderia a oportunidade única de fazer jornalistas passarem vergonha, e nos colocou como cobaias justamente de uma dinâmica envolvendo matemática: batizado de Conta-Quilômetros, o segmento consiste em botar as duplas tentando acertar a distância da porta da Band, em São Paulo, para qualquer lugar do mundo — seja por terra ou ar. Para isso, não poderíamos fazer uso de calculadoras, tendo um tablet apenas para registrar a respostas no sistema do game show, e poderíamos nos basear apenas nas três dicas dadas por Camargo. A cereja do bolo? A resposta tinha que ser dada em 20 segundos.

Nessa brincadeira, os meus adversários que atuam na mesma editoria foram Cristina Padiglione (da Folha de S.Paulo) e Gabriel Perline (do portal iG). Para a disputa acontecer entre duplas, assim como no programa televisivo, a Band escalou funcionários de outros braços do grupo para compor a gravação: a equipe do game show escolheu Stefani Sousa, produtora de conteúdo digital da emissora, para dividir a bancada comigo. Não a conhecia antes do evento, mas felizmente dei sorte de achar alguém tão competitiva quanto eu — e felizmente que entendesse mais de exatas, já que as dicas que viriam pela frente não seriam nada fáceis e, em muitas vezes, até mais atrapalhavam do que realmente ajudavam na resposta da pergunta.

Durante seis rodadas, passamos vergonha das mais diversas maneiras. Eu, por exemplo, tinha plena convicção de que o Estádio Monumental de Nuñez ficava no Uruguai, e não na Argentina — e dei muita sorte de, neste momento, o meu microfone não estar aberto, já que a gravação estava sendo transmitida em tempo real para os colegas de outros veículos. Chegamos perto de acertar qual era a distância da Band para o Epcot Center, famoso parque da Disney nos Estados Unidos, mas acabamos nos confundindo no último número. Esse pequeno deslize nos custou a liderança da brincadeira, já que a dupla que por um acaso acertasse a distância exata ganharia ainda mais pontos. Por conta desse erro, duas duplas chegaram empatadas até a última pergunta.

Como desfecho do programa, Zeca Camargo queria que nós soubéssemos qual é a distância da Band para o Palácio de Versalhes, na França. Empolgados, eu e a Stefani acabamos ignorando boa parte das dicas e digitamos qualquer coisa no tablet — e passamos bem longe até mesmo de passar perto da localização. Nosso palpite, de 7.919 quilômetros de distância, acabou sendo zoado até mesmo pelo apresentador. “Vocês estão mais perto do Marrocos do que da França”, ironizou ele, já que a distância correta era de 9.394 quilômetros. De líderes da competição, terminamos a gravação como lanterninhas, com apenas 60 pontos, enquanto Padiglione e Perline empataram com 90 pontos. Rimos de nervoso, enquanto a titular da Zapping fazia uma dancinha da vitória.

Porém, eu e a minha parceira de 1001 Perguntas não nos demos por vencidos: como a gravação em si não daria prêmio nenhum para os jornalistas, passamos a torcer pelo sorteio que encerraria o evento, em que o premiado ganharia uma viagem com tudo pago para Salvador. Não deu outra: perdemos para um veículo que sequer estava presente de forma presencial no lançamento. É, o inferno astral — meu aniversário é em 1º de fevereiro — chega para todos. Ao menos os docinhos, parte de outra dinâmica da coletiva, em que tínhamos que acertar a resposta de uma pergunta com base na cor do recheio de um bombom, eram gostosos e deixaram o gostinho da derrota menos amargo.

1001 Perguntas é um formato divertido e dinâmico, diferente da maioria dos games já exibidos na televisão brasileira. Mesmo tendo saído humilhado e derrotado da gravação, este jornalista que vos escreve certamente aceitaria participar de um programa completo, que conta até mesmo com uma espécie de karaokê durante a prova Som na Caixa. Posso não ser um excelente cantor, mas tenho plena convicção de que mandaria melhor do que na prova matemática. Zeca Camargo e Carla Bigatto, por sua vez, se completam na condução da atração. Impecável, Zeca não deixa nada a desejar na comparação com Silvio Santos e Celso Portiolli, precursores do gênero no país. Carla, com experiência em rádio, é quase que um Lombardi (1940-2009) para o apresentador principal.

A primeira temporada de 1001 Perguntas estreia na noite desta segunda-feira (17), às 22h30, logo após Faustão na Band. Eu sei que você não vai abrir mão de assistir em tempo real ao primeiro episódio do Big Brother, mas considere dar uma chance para o programa pelas plataformas digitais ou pelo serviço de Replay TV, disponibilizado pela operadora Claro. Garanto que não vai se arrepender.

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