Rachel Sheherazade venceu o SBT no processo que moveu contra a empresa de Silvio Santos. Após audiência realizada na 3ª Vara do Trabalho de Osasco, nesta sexta-feira (21), a emissora foi condenada a pagar R$ 500 mil de indenização para a ex-apresentadora do SBT Brasil. Na sentença proferida pelo juiz do trabalho Ronaldo Luis de Oliveira, o canal foi obrigado a pagar o valor por danos morais causados à jornalista pelo constrangimento que passou durante o Troféu Imprensa de 2017. Na ocasião, o dono do Baú afirmou que a âncora só foi contratada por sua beleza e voz para ler notícias, e não para dar a sua opinião.
“Mantendo, assim, coerência com controvérsias de mesma natureza anteriormente por nós analisadas e resolvidas, envolvendo outros trabalhadores vitimados por atos socialmente não convenientes, mas levando em conta os efeitos negativos concretos gerado em na esfera pessoal e profissional da trabalhadora, assim como a função social da reclamada, como empresa de comunicação, observando-se de qualquer modo, os limites da lide, fica esta, reclamada, condenada a pagar à reclamante uma indenização por danos morais, pelo valor ora arbitrado, de R$ 500.000,00”, diz um trecho da decisão.
“Você começou a fazer comentários políticos no SBT e eu pedi para você não fazer mais, né, porque não pode fazer porque você foi contratada para ler notícias e não foi contratada para dar a sua opinião, se você quiser fazer política compra uma estação de televisão e vai fazer por sua conta, não é; aqui não”, disse Silvio Santos durante o Troféu Imprensa.
No processo contra o SBT, a jornalista também pediu o reconhecimento de vínculo empregatício com a emissora, onde trabalhou como pessoa jurídica enquanto era contratada, cumprindo obrigações referentes a um funcionário regular, com horas extras e plantões. Rachel solicitou o pagamento de todos os direitos trabalhistas, acumulados durante os quase 11 anos que esteve no canal, e o pedido foi acatado pelo juiz. Ao todo, o valor a ser pago pela empresa pode ultrapassar a barreira dos R$ 19 milhões — ainda cabe recurso.