A RedeTV! cometeu uma gafe durante a edição desta terça-feira (25) do programa Opinião no Ar. No momento em que o apresentador Luís Ernesto Lacombe falava sobre a morte do filósofo bolsonarista Olavo de Carvalho (1947-2022), o mascote de uma marca de refrigerantes surgiu no vídeo e acenou sorridente para os telespectadores que acompanhavam a atração de debate político.
“E a gente começa agora a conversa sobre Olavo de Carvalho, que morreu na noite passada nos Estados Unidos. Ele, que vinha apresentando problemas de saúde…”, iniciou Lacombe. Ao mesmo tempo, uma animação do Dollynho, mascote da Dolly, apareceu no canto superior esquerdo e ficou acenando.
Nas redes sociais, o momento não passou batido. “Dollynho sem qualquer culpa cristã”, escreveu um usuário do Twitter identificado apenas como Zeknust. “Dollynho representando sua amiga Pepsi”, debochou Vitorio Diniz, em referência a um comentário de Olavo Carvalho em que ele dizia que o “refrigerante usava fetos abortados para adoçar sua fórmula”.
Morre o escritor e filósofo Olavo de Carvalho, aos 74 anos
Morreu na noite desta segunda-feira (24), aos 74 anos, o escritor e filósofo Olavo de Carvalho. Apontado como uma espécie de guru informal de Jair Bolsonaro, ele vivia nos Estados Unidos desde 2005 e ganhou relevância nacional nos últimos anos, sendo apontado até pouco tempo como uma das pessoas mais próximas do Presidente da República. Ele estava hospitalizado em um hospital na região de Richmond, aonde estava hospitalizado com complicações de uma infecção respiratória.
Autointitulado professor, Carvalho deixou a esposa, oito filhos e 18 netos. Ele havia recebido diagnóstico positivo para o coronavírus oito dias antes de sua morte, em 16 de janeiro, e já não ministrava as aulas de seu curso virtual de filosofia. Entre julho e agosto do ano passado, o escritor chegou a ser internado três vezes no Instituto do Coração de São Paulo. Cardiopata, ele teve que passar por diversos tratamentos durante o seu período hospitalizado, como uma cirurgia na bexiga e um cateterismo emergencial.
Em novembro, a última passagem de Olavo de Carvalho pelo Brasil acabou se tornando alvo de uma investigação da Polícia Federal. Sem dar maiores detalhes, ele apenas informou em uma rede social que havia retornado aos Estados Unidos após “um voo repentino”. O filósofo, no entanto, foi até o Paraguai por via terrestre e, em Assunção, embarcou em um voo para os Estados Unidos. A sua saída do país aconteceu dois dias depois dele ter recebido uma intimação da Polícia Federal, convocando-o para prestar depoimento no inquérito que apurava a suposta existência de uma milícia digital que arquitetava contra a democracia.
Apesar de constantemente apontado como guru de Jair Bolsonaro, Carvalho sempre negou que tivesse algum poder de influência com o político. Não era raro que ele concedesse entrevistas alfinetando o Presidente da República — em dezembro, ele afirmou publicamente que a disputa eleitoral de 2022 já era uma “briga perdida” para o ex-capitão. “Eu não sou guru do Bolsonaro. Isso é absurdamente falso, conversei com ele quatro vezes na minha vida, eu duvido que ele tenha lido o meu livro inteiro”, pontuou o escritor.
