A procuradoria parlamentar da Câmara dos Deputados entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal pedindo a imediata prisão do apresentador Danilo Gentili, do SBT, por conta de publicações feitas por ele no Twitter. No final de fevereiro, o titular do The Noite usou a rede social para sugerir que a população fosse ao Congresso para socar os deputados que foram a favor da PEC de imunidade parlamentar.
A ação foi coordenada pelo deputado Luis Tibé, do Avante de Minas Gerais, e surgiu a partir de um pedido feito pelo também deputado Celso Sabino, do PSDB paraense — a dupla é aliada de Arthur Lira, o atual presidente da Câmara. Eles planejam equiparar o humorista ao deputado Daniel Silveira, que foi preso após publicar vídeos ameaçando ministros do STF.
Em entrevista ao jornal O Globo, Tibé justificou que entrou com a ação contra Gentili por acreditar que ele e o deputado devem ser julgados com os “mesmíssimos princípios de defesa da Democracia e da Constituição Federal”.
“Não podemos ter uma sociedade e uma Democracia com pesos e duas medidas. Se o Supremo Tribunal Federal, sabiamente, estabeleceu um limite para a livre manifestação do pensamento que é o respeito à integridade das instituições democráticas — princípio que a Câmara dos Deputados acolheu com margem de 364 votos — a Justiça brasileira não pode permitir que ninguém faça a incitação de socar deputados”, afirmou a assessoria de imprensa do deputado.
Em publicação também feita no Twitter na tarde de segunda-feira (1), Danilo Gentili chegou a afirmar que a reclamação feita pelos parlamentares era “justa”. “Eu fiz um tuíte que foi alvo de justas críticas por alguns deputados. Quem me segue sabe que sempre defendi as instituições. Aliás, minha briga com bolsonaristas foi justamente pelo fato de eu ser contrário aos pedidos criminosos de fechamento do STF e do Congresso”, disse ele.
