Intérprete do banqueiro Nicanor Batista em O Cravo e a Rosa (2000), Luís Melo não tem dúvida ao dizer que o pai da protagonista Catarina (Adriana Esteves) foi seu personagem que o público mais se recorda. E para ele, o trabalho é um dos mais importantes da carreira. “Foi um papel extremamente importante na história, até hoje as pessoas se lembram do Batista, da vida dupla que ele levava com a Joana [Tássia Camargo], da brincadeira do periquito e a periquita entre eles, que resultou em momentos hilariantes na novela”, diz o artista.
“Fazer esse personagem foi um momento muito especial, trabalhar sob a batuta do Walter Avancini com uma equipe extremamente coesa, que trabalhava com muito prazer. Isso refletia e trouxe um resultado marcante. Sem dúvida, o banqueiro Batista é um personagem importantíssimo para mim e minha carreira”, continua o ator. Em entrevista divulgada pela Globo, Melo diz que está acompanhando a reprise nas tardes da Globo. Ele também comentou sobre quais os fatores fazem O Cravo e a Rosa ter êxito em todas as exibições, seja na televisão aberta ou paga.
“Os fatores que fazem essa novela ser sucesso é todo um conjunto. É uma história bem contada, uma adaptação que o Walcyr [Carrasco] fez brilhantemente do clássico da literatura A Megera Domada, com outras situações puxadas dos grandes clássicos. Uma direção primorosa do Walter Avancini [1935-2001] e do Mário Márcio Bandarra [1955-2021]. A escalação do elenco foi um grande acerto, é um elenco pequeno, mas que contou essa história de uma forma primorosa. A época dos anos 20, os cenários e os figurinos são lindos, é uma época bonita, elegante, com muito charme”, afirma.
Luís Melo lembra também dos principais desafios para viver o personagem e recorda da preparação para interpretar um homem dos anos 1920. “Foram muitos desafios, fazer novela de época é prazeroso, mas ao mesmo tempo é muito difícil também. Está distante do nosso dia a dia, mas ao mesmo tempo nos leva a outro mundo de muito glamour, com outros costumes, meu personagem tinha muita influência europeia, principalmente francesa. Tinha esse lado desafiador dos costumes, mas com uma equipe maravilhosa de figurino, cenário, arte, e o elenco sensacional, foi fácil entrar nesse personagem”, relembra.
O ator também relembrou das cenas de O Cravo e a Rosa que mais marcaram sua memória. “É difícil eleger uma, a novela teve momentos incríveis. O momento que as filhas descobrem que o pai tem uma vida dupla e também a relação dele com a Joana, em que ela não sabe que ele é um banqueiro. As cenas em que ela colocava dinheiro no bolso para caso ele precisasse, sempre preocupada com o bem-estar dele, essas cenas com a Joana me marcaram bastante também. Fora a relação com as minhas filhas, vividas pela Adriana Esteves e a Leandra Leal, que foi incrível. Todo esse universo da casa do banqueiro Batista resultou em cenas maravilhosas, principalmente do quebra-quebra, a Catarina ficando descontrolada, era muito bom”, conta.
Ele também disse qual foi a principal lembrança do período de gravação do folhetim. “Nós nos divertíamos muito. Muitas vezes era até difícil de gravar as cenas porque tinham momentos hilariantes de interpretação. Bastidores tranquilos, as pessoas felizes trabalhando, fazendo sucesso, a gente se divertiu muito e com a entrada da personagem da Drica Moraes, a Marcela, entrou muita luz na história”, diz Luís Melo.