Demitida do SBT em setembro do ano passado, Rachel Sheherazade deu início a uma disputa judicial contra a sua antiga emissora. A jornalista decidiu mover um processo trabalhista contra a rede de Silvio Santos, exigindo que a empresa reconheça que ela tinha um vínculo empregatício com o canal e que deveria ter sido contratada no regime da CLT, e não como pessoa jurídica. Na ação, ela pede para que seja feito o pagamento dos direitos trabalhistas acumulados em 11 anos de serviços, como pagamento de férias, adicionais noturnos, 13º salário, FGTS, entre outros.
A ex-âncora do SBT Brasil contratou o advogado André Froes de Aguilar, que é especializado em direito trabalhista. Ele também foi o responsável pelo processo movido por Hermano Henning (âncora do Jornal do SBT durante vários anos) contra a emissora pelo mesmo motivo: ele foi demitido pela rede após 23 anos e decidiu procurar a Justiça para exigir o seu reconhecimento como um funcionário celetista — ou seja, que tem uma rotina de trabalho pré-definida e determinada por superiores.
Nos bastidores, especula-se que Henning pediu valores superiores a R$ 20 milhões, além de uma indenização por danos morais. Em litígio com o jornalista há dois anos, o SBT já foi condenado nas primeiras instâncias e tem acumulado sucessivas derrotas em todos os recursos para tentar reverter a sentença — agora, o jurídico da emissora apelou para a última instância possível, o Tribunal Superior do Trabalho.
A ação de Rachel Sheherazade contra a emissora do Silvio Santos tramita na 3ª Vara do Trabalho de Osasco, cidade em que fica localizada a sede da empresa. Em uma conversa com o repórter Thomaz Rocha, do site NaTelinha, André Froes de Aguilar acusou o canal de ter cometido uma fraude trabalhista com a sua cliente.
“Ela pede na Justiça a comprovação de vínculo empregatício com o SBT durante o tempo em que trabalhou na emissora e o pagamento de direitos trabalhistas. Iremos aguardar a regular tramitação da ação. É a famosa Fraude Trabalhista, mais conhecida como pejotização”, justificou o advogado, que já havia concedido outras entrevistas para falar sobre o processo de Hermano Henning contra a emissora.
“A única coisa que o Hermano recebeu nesses últimos 23 anos foi seu salário. Estamos pedindo o reconhecimento do vínculo deste período todo, como férias, 13º, FGTS, equiparação salarial com empregados da mesma função que ganhavam mais na empresa e o período que ele ficou na geladeira”, afirmou ele em 2019.