Autor da versão original da novela Pantanal, exibida pela extinta TV Manchete (1983-1999) em 1990, Benedito Ruy Barbosa está acompanhando diariamente os capítulos do remake na faixa das 21h da Globo. “Eu matei as saudades. É um trabalho feito há tanto tempo e que ainda repercute. Gostei de tudo. O elenco é maravilhoso e a história, bem dirigida”, disse o novelista em entrevista publicada na coluna da jornalista Patricia Kogut, em O Globo, nesta segunda-feira (4).
“Acho que vou assistir com um sentimento de que não é minha, de que estou vendo pela primeira vez. E sem a preocupação de escrever. Quando eu fiz, já foi uma emoção muito grande, porque a novela é baseada em experiências, em lugares que visitei”, disse ele, que também falou sobre o trabalho do neto, Bruno Luperi, responsável por adaptar o folhetim para os dias atuais. “Bruno não precisou adaptar quase nada da história. Se ele tem qualquer dúvida, liga. Confio muito”, disse Benedito Ruy Barbosa.
Novela das 21h da Globo, Pantanal conta a história da saga das famílias Marruá e Leôncio. A trama tem o amor entre Juma (Alanis Guillen) e Jove (Jesuíta Barbosa) como fio condutor e a natureza como protagonista. A produção é a primeira da emissora em formato de obra aberta –ou seja, pode sofrer mudanças no roteiro– desde o começo da crise sanitária.
Apresentador do Jornal Nacional critica Pantanal por “glamourizar a boiada”
Substituto de William Bonner no Jornal Nacional aos sábados, o jornalista André Trigueiro criticou o remake de Pantanal, exibido pela própria Globo. Em publicação nas redes sociais, o profissional especializado em jornalismo ambiental classificou o folhetim como deslumbrante, mas criticou o fato de a história original de Benedito Ruy Barbosa e adaptada por Bruno Luperi “glamourizar a boiada” e outros assuntos ligados à expansão da pecuária. A trama é um dos maiores investimentos da história da dramaturgia da rede.
“O remake de Pantanal é um deslumbramento. Mas não dá mais para glamourizar a boiada. Dos tempos da TV Manchete até hoje, são imensos os estragos causados pelas queimadas e desmatamentos associados à extensão da pecuária, além das pastagens degradadas que equivalem ao tamanho de Minas Gerais!”, escreveu ele em seu perfil na rede social do passarinho azul. Além de âncora eventual do Jornal Nacional e repórter do noticioso, Trigueiro também faz participações como comentarista em programas da GloboNews como Estúdio i e Em Pauta.
O comentário do jornalista dividiu opiniões nas redes sociais. “Você e o mundo, o que teriam comido se não fossem as riquezas vindas da terra? Explique para seus seguidores as proporções do uso legal das terras que é praticado no Brasil. Imagino que em sua casa você usa produtos vindos da terra? Armários, pisos, roupas, etc.”, disse Fernando Pompeu. “Inesperado isso partir de um funcionário da Globo… bom sinal”, respondeu Daniel Machado.
“Primeiro comentário que fecha com o meu pensamento! Olho a propaganda da novela e só consigo pensar no desmatamento e na degradação que a pecuária traz pro Pantanal!”, disse um perfil identificado como Mary Dreyer. “O modelo de agronegócio tradicional precisa o mais rapidamente se adaptar para não gerar impactos ambientais na mesma intensidade de décadas passadas e no mais visionário ser completamente extinto! E é urgentemente necessário que o ser humano busque outras fontes de alimentos!”, afirmou a seguidora Débora Karolina.