Uma festa privada em comemoração ao empoderamento feminino acabou causando problemas para algumas funcionárias da Globo no dia 8 de março, data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher. De acordo com informações publicadas pelo colunista Ricardo Feltrin, do UOL, cerca de 60 mulheres se reuniram para um encontro a portas fechadas no Rio de Janeiro, regado a cerveja, doces, sorvete e salgadinhos, que foram bancados por fornecedores de diferentes produtos.
Em troca dos mimos, as convidadas que participaram da celebração tiveram que marcar os perfis e nomes das empresas em fotos nas redes sociais, o que é proibido pelo Código de Ética da líder de audiência. Nas publicações, as convidadas que participaram do evento apareciam vestidas com camisetas pretas com a frase “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”. Entre as festeiras, dezenas de colaboradoras da emissora de televisão (de vários departamentos), jornalistas e atletas.
Os departamentos de Recursos Humanos e Compliance da Globo foram avisados da comemoração por meio de informantes internos. As regras internas da rede proíbem que festas sejam realizadas por meio de patrocínio, o famoso “jabá”. Os funcionários são proibidos de obter qualquer tipo de benefício, como permutas com fornecedores, marcas ou produtos de outras empresas, exceto quando autorizados. Apesar de terem alegado que a festa ocorreu com pessoas de fora da Globo, toda a negociação de comidas e bebidas foi feita justamente por uma funcionária da TV.
Após a direção da Globo ser avisada pelo departamento de Compliance de que as regras foram descumpridas, a emissora decidiu apenas advertir por e-mail as colaboradoras identificadas nas fotos publicadas nas redes sociais. No entanto, a funcionária que organizou a festa acabou levando uma advertência acima do tom, pessoalmente. Ela foi informada de que será o último aviso. Procurada pelo colunista, a Globo enviou a seguinte nota: “O evento não era de funcionárias da Globo, mas uma comemoração entre atletas e profissionais de várias empresas, inclusive da Globo. O episódio foi oportunidade, no entanto, para reforçarmos os Princípios Editoriais e o Código de Ética da Globo com as equipes”.