Intérprete de Maria Marruá na nova versão de Pantanal, Juliana Paes se despede da personagem que se transforma em onça no capítulo desta quinta-feira (14). Para viver a mãe de Juma, a artista de 43 anos passou por alguns perrengues durante o período em que esteve nas locações do folhetim na região que dá nome à novela no Mato Grosso do Sul. Ela também precisou abrir mão da vaidade para o trabalho de caracterização.
Em entrevista à revista Quem, a atriz relembrou de uma sequência em que viu um jacaré se aproximar dela durante uma das gravações. “Quase levei uma mordidinha. Estar no Pantanal é ter muita história para contar, de situações inusitadas e perrengues. Esse dia do jacaré, estava no rio para uma gravação quando alertaram que tinha um jacaré rondando (risos)”, contou. Segundo Juliana, a experiencia proporcionada pelo trabalho na novela Pantanal foi diferente de tudo que já havia vivenciado na carreira. “Há muito barulho. Um barulho de natureza. A gente escuta a todo instante os barulhos dos bichos. Enquanto aqui, convivemos com barulhos de buzinas”, afirma a atriz.
“Ao chegar no Pantanal é tudo diferente do que estamos acostumados. É uma locação ímpar e de energia contemplativa. O Pantanal te convida a levantar as orelhas, a lançar um olhar para fora e prestar atenção naquela energia de contemplar. A energia do Pantanal fica impregnada na gente”, disse ela sobre os trabalhos na região sul-mato-grossense. Ela também contou que lembra de ter assistido à primeira versão quando ainda era pré-adolescente. “Como muitos brasileiros da minha geração, Pantanal está em um lugar de memória afetiva de conforto e de paz. Lembro exatamente dos pais assistindo, lembro da cor do sofá em que meu pai sentava para ver a novela. Enquanto assistíamos, a música ecoava pela casa inteira e recordo das cenas com a arara voando e da atmosfera da minha casa para assistir à novela” lembrou.
Na entrevista, ela também comentou sobre caracterização para viver Maria Marruá. “Com a equipe de caracterização, começamos a imaginar como seria o rosto de uma mulher que nunca se protegeu do sol, que nunca usou protetor solar ou chapéu. Melasmas, manchas. Tem também as marcas de expressão, como fazer com que isso ficasse natural? Maria tem as linhas de expressões marcadas, as sobrancelhas não são feitas e deixei meu cabelo branco natural dar às caras. É gratificante poder abrir mão da vaidade e da estética vigente. Mais que abrir mão disso, vejo beleza nas olheiras, eu vejo poesia nas marcas do tempo”, completa.
Pantanal conta a história da saga das famílias Marruá e Leôncio. A trama tem o amor entre Juma (Alanis Guillen) e Jove (Jesuíta Barbosa) como fio condutor e a natureza como protagonista. A produção é a primeira da emissora em formato de obra aberta –ou seja, pode sofrer mudanças no roteiro– desde o começo da crise sanitária.