A escalação da influenciadora Jade Picon para o elenco da novela Travessia, substituta de Pantanal no horário nobre da Globo, continua causando polêmica no meio artístico. O Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro (Sated-RJ) recebeu cerca de 3.000 ligações de filiados e não filiados de todo Brasil em pouco mais de 24h pedindo esclarecimentos da entidade contra a possibilidade da ex-BBB trabalhar no próximo folhetim das 21h. As informações são da jornalista Ana Cora Lima, da Folha de S.Paulo.
A irmã de Leo Picon, que acumula mais de 20 milhões de seguidores nas redes sociais, não tem registro profissional da categoria, o DRT. Ela também não deu entrada com qualquer pedido de autorização provisória de atuação na categoria no último ano. Hugo Gross, presidente do Sated-RJ, garantiu que sem o documento ela não vai atuar na novela de Gloria Perez. “O sindicato está de olho e posso garantir: não tem registro, não trabalha”, garantiu.
“Não existe nada contra a Jade Picon, particularmente, mas temos que proteger a nossa categoria. Não estamos aqui para impedir o trabalho de ninguém, mas o que não pode é uma pessoa que vem da mídia se achar no direito de tomar o espaço de um profissional de atuação. Nem que tenhamos que ir à Justiça, mas ela não vai trabalhar na novela”, disse o também ator.
Em conversa com a publicação, Hugo Gross confessou que até hoje luta por trabalhos na líder de audiência. Há 15 anos na presidência do sindicato, seu último papel na emissora foi em Aquele Beijo (2011). “Se eu não tenho seguidores, eu não posso atuar na minha profissão? Como é isso? Não tenho vergonha de assumir que continuo na batalha, sigo pedindo oportunidades e, por isso, nós vamos ficar em cima, sim. Já conversei com a emissora, notifiquei que ela não tinha DRT e me disseram que ela tinha registro de modelo. Mas registro de modelo não serve”, explicou.
Gross afirmou que a situação de Jade Picon é diferente da também ex-BBB Rafa Kalimann, que conseguiu uma permissão especial para atuar na série Rensga Hits!, do Globoplay, que ainda não tem previsão de estreia. “A Rafa Kalimann fez vários cursos de teatro ao longo de sua vida e ainda apresentou uma autorização específica para aquele determinado personagem. Cada caso é um caso e a gente sabe que isso aconteceu no passado com a Grazi Massafera, por exemplo, mas foi outra época. Não posso responder pelos meus antecessores. Hoje, o meu papel é proteger a categoria e é isso que eu vou fazer”, afirmou.
“Já conversei com presidentes de outros sindicatos e estamos fechados. Não vamos deixar mais isso acontecer. Existe um quadro com profissionais disponíveis no mercado e todos com registros. Por que não pegam esses artistas e dão trabalho? Não estamos aqui para atrapalhar a vida de ninguém, estamos para cumprir a lei. Sem registro profissional, a Jade não trabalha”, concluiu Hugo Gross.