Preta Gil relembrou críticas e vaias que recebeu de outras mulheres negras por usar o termo “mulata” em um discurso. Durante o Power Trip Summit, da revista Maria Claire, a cantora contou que ficou envergonhada com a situação: “Fiquei muito envergonhada, me perguntava ‘como isso não chegou até mim?’. Entendo a raiva que as mulheres ficaram”, contou.
“Estou vendo mulheres negras aqui nesse espaço, isso não existia. Na minha juventude sempre fui a única preta em todos os ambientes”, pontuou a artista, que entendeu os privilégios que possui por não ser negra retinta. Ela ainda destacou que, mesmo magoada, agradece por ter evoluído após toda a situação. “Para entender que isso tudo me dá passibilidade eu tive que receber uma vaia. Óbvio que aquilo me doeu”, confessou a cantora.
Ela ainda acredita que se não tivesse passado por isso, talvez não teria amadurecido. “Se eu não tivesse sido vaiada talvez eu não tivesse amadurecido e aprendido tanto sobre a nossa história”, destacou a cantora, que ainda contou que buscou ajuda de Taís Araújo. “A gente vive uma grande farsa no nosso país no que diz respeito à democracia racial. Vivemos uma disparidade. A gente está começando a emergir, se unir, mas ainda é tudo muito difícil. Temos que realmente provocar para que as instituições contem a nossa história de verdade”, afirmou Preta Gil.